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6 de maio de 2015

Favada com ovo escalfado



Quem gosta de favas ponha o dedo no ar!! Eu não lhes resisto, eu que até há poucos anos nem sabia o que favas eram e que ainda alguns anos mais atrás tenho a certeza que me recusaria determinantemente a provar uma favinha que fosse. Agora é vê-las e "são favas contadas". 
Estas, ainda novas, tiveram serventia completa, da casca à fava, mas para já ocupamo-nos da fava e logo falaremos das cascas.

Ingredientes (serve 2):
1 Kg de favas (peso por descascar)
1/4 chouriço de carne
2 tomates maduros
1 cebola
1 dente de alho
1 copo de vinho branco
Piri-piri a gosto
1 folha de louro
Sal q.b.
Azeite q.b.
1 ovo por pessoa



Preparação:
Descasque as favas, deixando ou não a pele conforme o gosto. Se as favas forem novas, abra-as retirando o fio lateral como se faz à vagem (feijão verde)  e reserve as cascas para a próxima receita a ser aqui publicada.
Escalde e pele os tomates, limpe-os de sementes e corte em cubos.
Num tacho refogue em azeite a cebola cortada em meias luas juntamente com o chouriço cortado às rodelas, o alho esmagado e a folha de louro, até a cebola começar a ficar transparente.
Acrescente o tomate e deixe refogar em lume baixo/médio, até se começar a desfazer.
Refresque com o vinho, deixe levantar fervura e acrescente as favas, tempere de sal e um pouco de piri-piri.
Deixe cozinhar com o tacho tapado até as favas estarem tenras (espete com um palito e se não oferecerem resistência estão prontas) ou a gosto. Se necessário acrescente água durante a cozedura, mas não muita, só queremos calda suficiente para cozinhar os ovos.
Quando as favas estiverem prontas, abra espaço entre elas para deitar os ovos afastados um do outro. Para facilitar abro o ovo para uma taça e deixo-o escorregar para o tacho.
Quando os ovos estiverem cozinhados, está pronto a servir.

22 de abril de 2015

Feijoada



Não é uma refeição simples e leve que vos trago hoje, definitivamente não é refeição para dias acalorados, mas é um prato da nossa cozinha tradicional e, de norte a sul, confeciona-se de muitas maneiras. Como, provavelmente ainda vamos ter uns dias mais frios em que possa apetecer uma fartura destas, deixo-vos  a minha versão e que é, por sinal, também a primeira vez em que me aventuro a fazer este prato. é que não aprecio feijoadas, mas como lá por casa pairavam os desejos, arregacei as mangas e tratei de os realizar. 
A verdade é que  sendo aparentemente trabalhoso, acabou por se revelar ser um prato simples: o maior trabalho consiste em cozer as carnes previamente, o que, já estão a ver, não é trabalho por aí além, o que quer dizer que tem esta virtude associada de se poder adiantar trabalho no dia anterior. Outra virtude é ser um prato farto, que se cozinha em quantidade, mesmo que utilize poucas carnes e como nada se perde: se não tiver convivas à mesa em número suficiente para dar conta do recado pode sempre congelar o que sobrar. Outra virtude deste prato é que pode ser cozinhado com as carnes que tenham sobrado de um cozido à portuguesa: congele-as com a água em que cozeram e aproveite também a água para a feijoada. A única virtude que este prato não teve foi a de me converter às feijoadas, ou talvez não ... dispensando as carnes de porco, o resto até estava bem saboroso.



Ingredientes:
Vitela (aba) q.b.
Toucinho q.b.
Orelheira q.b.
Chouriço de carne (ou linguiça se preferir, ou ambos)
1 cebola
1 dente de alho
3 folhas de louro
1/2 lata de tomate pelado
Vinho branco q.b.
1 col café, rasa, de cominhos
1 cenoura
1/2 couve lombarda
Feijão branco cozido q.b.

Preparação:
Demolhe o feijão durante a noite e no dia seguinte coza-o em água fervente com uma folha de louro (na panela de pressão conte 20 minutos a partir do sinal de pressão).
Coza as carnes de porco com uma folha de louro e reserve.
Faça um refogado com a cebola e o dente de alho picados e azeite e junte a aba cortada em pedaços. Tempere com um pouco de sal e deixe refogar por cerca de 10 minutos.
Refresque com o vinho branco e acrescente o chouriço inteiro. Deixe refogar, com o tacho tapado mais 10 minutos.
Retire o chouriço e acrescente a cenoura cortada às rodelas, a couve cortada grosseiramente e o tomate.
Deixe levantar fervura e finalmente acrescente o chouriço cortado às rodelas, as carnes fumadas, os cominhos e o feijão cozido, juntamente com um pouco da água de cozer as carnes.
Verifique o tempero e deixe apurar por mais 10 minutos.
Sirva com arroz branco.

22 de janeiro de 2015

Do velho se faz novo



É tradição nas casas portuguesas, depois da consoada e jantar de Ano Novo, aproveitar as sobras do bacalhau cozido para fazer a chamada "roupa velha" ou "farrapo velho". Não obstante a tradição, a verdade é que este aproveitamento pode ser feito durante todo o ano e até com sobras de bacalhau assado (e fica igualmente delicioso).
Embora esta tradição se tenha tornado incontornável lá em casa, nem sempre gostei deste prato. Só quando o D. o começou a cozinhar, com o seu toque ligeiro de cominhos, é que comecei a apreciá-lo e quase todos os anos uma das primeiras marmitas do ano novo é feita desta tradição. Este ano o pouco que sobrou embrulhei numa folha de crepe. As boas tradições são mesmo assim: têm tanto de velho como de novo.



Ingredientes:
1 folha de crepe por pessoa (receita aqui e aqui)
Sobras de bacalhau, batatas e couves cozidas
2 ou 3 dentes de alho (consoante o gosto e a quantidade de sobras)
1 pitada de cominhos (opcional)
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:
Corte as batatas em cubos, lasque o bacalhau, depois de limpo de espinhas e de peles (estas pode deixar ficar se gostar) e corte a couve em pedaços generoso. Reserve.
Num tacho largo deite um fundo de azeite e o alho picado, refogue o alho até começar a lourar, mas sem queimar.
Junte as batatas e a couve, envolva e só no fim o bacalhau. Vá mexendo os ingredientes com a ajuda de uma colher de pau, até estarem ligados  (mas não em papa).
Rectifique os temperos e, se gostar, junte uma pitada de cominhos.
Coloque uma colherada de farrapo velho no centro da folhe de crepe e feche. Sirva com salada a gosto.

30 de dezembro de 2014

Rabanadas de vinho e um excelente 2015!


Primeiro são as lojas que começam a enfeitar-se de vermelho, bolas, sinos e pais natais, ainda mal acabamos de sair do Verão. Depois começamos a pensar que temos que comprara as prendas para o Natal. Vamos deixando passar os dias, até que nos decidimos que hoje é o dia, fazemos uma lista e vamos às compras. Já por várias vezes criticamos (e criticamo-nos) esta ânsia de presentes, que pela força da publicidade comercial quase que nos obriga a comprar sem pensar em quem queremos presentear, como se a tradição nada mais fosse que uma obrigação. Vamos, contudo, fazendo um esforço para pensar bem nas pessoas com quem queremos partilhar o espírito de Natal para que os presentes tenham o valor que devem ter: o do agradecimento por estarmos juntos nesta época.

Finalmente chega o dia 24 de Dezembro, que é sempre dia dedicado à cozinha e às pessoas que vamos receber em nossa em casa ou que nos irão receber na casa delas e com quem queremos partilhar os sabores desta época. Este é para mim o melhor presente para dar e receber: a escolha dos ingredientes, a bancada da cozinha cheia de ovos, açúcar e o cheiro a canela no ar. Pôr a mesa, a toalha, ora branca, ora vermelha, a coroa de centro, as taças e travessas de iguarias. Esperar que todos gostem e se sintam satisfeitos.



Como a nossa mesa alberga poucos comensais, as iguarias são as mais tradicionais e mesmo assim ainda sobram para partilhar: o bolo-rei, o pão-de-ló, o leite creme,a aletria e as rabanadas, que este ano se fizeram em dois sabores, as de leite e as de vinho e são estas que vos venho trazer. Não são estreia por aqui, mas este ano ficaram tão boas que não posso deixar de as partilhar convosco. Em vez de fazer a mesma receita de outros anos, ía experimentar uma outra receita, que as rabanadas são demolhadas numa calda de açúcar, fritas e depois cobertas pela calda de vinho. Preparei as caldas, comecei a molhar as fatias de pão na calda de açúcar, mas vem o D., que nestes dias fazemos sempre parelha na cozinha, e coisa e tal e porque não as demolhas no vinho, para ficarem com côr, senão até parecem rabanadas normais e eu, meio obtusa, que a receita era assim e mais coisa e tal, mas a meio da argumentação lá me capacitei que não temos sempre razão e temos que dar oportunidade a novas ideias, senão não evoluímos, por isso vamos misturar as duas formas de as fazer.



Ingredientes (para 8 rabanadas):
1 cacete para rabanadas com 2 ou 3 dias
1 chávena de açúcar
2 chávenas de água
1 colher de sopa de manteiga
2 paus de canela
2 cascas de limão (só a parte amarela)
500 ml de vinho tinto
100 ml de mel claro
3 ovos L (poderá precisar de mais)
Óleo q.b. para fritar
Açúcar e canela em pó q.b. para polvilhar as rabanadas

Preparação:
Prepare uma calda com a água, o açúcar, a manteiga, 1 pau de canela e 1 casca de limão. Deixe levantar fervura e depois deixe ferver em lume brando por 10 minutos. Reserve.
Prepare a calda de vinho: junte o vinho, o mel, 1 pau de canela e 1 casca de limão, num tacho e deixe ferver por 2 minutos. Reserve, vertendo cerca de 1/3 para uma taça, servindo esta para demolhar e os restante para servir.
Bata os ovos
Corte o pão em fatias com cerca de 1 cm de espessura.
Molhe-as na calda de açúcar e escorra.
Molhe-as, de novo, mas desta vez na calda de vinho, embebendo-as bem. Esprema com cuidado para tirar o liquido excedente ou deixe escorrer sobre um passador.
Aqueça o óleo.
Bata os ovos.
Passe as rabanadas pelos ovos batidos e frite no óleo quente, deixando dourar de ambos os lados.
Retire para um  prato forrado com papel absorvente para retirar o excesso de óleo.
Polvi-lhe-as com açúcar e canela e coloque numa taça funda.
Quando acabar, regue com a calda de vinho reservada.




Como possivelmente só volto a este cantinho para o ano, desejo-vos umas excelentes saídas de 2014 e melhores entradas em 2015 e que o Novo Ano nos traga tudo de bom quanto desejarmos!

23 de dezembro de 2014

Aletria aromática queimada



Vontade não falta para partilhar receitas por aqui, mas nos últimos dois meses várias condições se reuniram para que isso não pudesse acontecer como gostaria. Foram bons os motivos que me impediram por parar por com mais assiduidade e sem ser só pelas marmitas. Agora só é reorganizar-me mais um pouco e o blogue vai entrar em ritmo normal. 
Como estamos em épocas festivas venho desejar-vos um Santo e Feliz Natal e deixar-vos com uma iguaria que nunca falta na nossa mesa natalícia, embora esta se apresente de forma diferente.

Ingredientes:
150 gr. de aletria
100 gr. de açúcar
300 ml de leite
300 ml de água
1 casca de laranja
1 pau de canela
1 colher de chá de extracto de baunilha
1 gema de ovo
Açúcar q.b.



Preparação:
Num tacho coloque o leite, a água, o açúcar e os aromas. Deixe levantar fervura e acrescente a aletria.
Deixe cozer em lume médio, mexendo de vez em quando.
Deite a gema numa tigela e desfaça com um garfo. Junte um pouco de leite de quente e bata para ligar os dois ingredientes. Assim está a temperar a gema e vai evitar que talho quando a juntar à aletria.
Quando a aletria estiver cozida, mantenha o lume médio/baixo e vá mexendo sempre com a colher de pau, até começar a ficar cremosa. 
Quando começar a "descolar" dos lados do tacho, transfira para uma travessa.
Retire a casca de laranja e as especiarias. Deixe arrefecer para secar mais um pouco.
Polvilhe com açúcar e queime com a pá de leite creme.

Dica: faça o seu próprio extracto de baunilha, colocando uma vagem de baunilha que já tenha utilizado, aberta dentro de um frasco com Vodka. Vá acrescentando a Vodka à medida que for utilizando.

13 de outubro de 2014

Caldeirada de Peixe

Na última paragem das nossas férias passamos pelo mercado do peixe na Costa Nova e compramos umas ameijoas, que seriam servidas à Bulhão Pato, e uma dose de caldeirada para dois. É esta caldeira deliciosa que aqui vos deixo ficar. Um prato tão típico da nossa costa e um aconchego para as refeições de Outono.
 

Ingredientes (para 2):
750 gr. de peixes variados preparados para caldeirada (raia, cação, lula, corvina, salmonete)
Ameijoas q.b. (suficientes para cobrir o fundo do tacho), já lavada
1 tomate grande maduro, pelado e sem sementes
1 pimento verde, cortado em tiras
1 cebola média, cortada em meias luas
1 dente de alho, picado
3 batatas, descascadas e cortadas em rodelas
100 ml de vinho branco
100 ml de água
Malagueta a gosto
1 folha de louro
Sal q.b.
Azeite q.b.



Preparação:
Tempere o peixe com sal uma hora antes de começar a cozinhar.
Num tacho largo deite um bom fio de azeite, um terço da cebola e o alho picado.
Deixe refogar em lume brando, só até a cebola amolecer.
Junte as ameijoas, cobrindo o fundo do tacho (assim vai impedir que os restantes ingredientes fiquem pegados no fundo), por cima coloque uma cama de batata, cebola, tomate e pimento, meia folha de louro e sal.
Acame os peixes sobre os legumes e coloque nova camada de batata, cebola, pimento e tomate, a restante metade da folha de louro, a malagueta e regue com o vinho e a água.
Tape o tacho e leve a cozinhar em lume médio, contando cerca de 15 minutos a partir do momento em que levanta fervura, abando o tacho de vez em quando (a caldeirada não se mexe). A caldeirada está pronta quando a batata estiver cozida. Prove a calda e acrescente sal se necessário.
Sirva de imediato acompanhado de fatias de pão torrado (que para mim substituem perfeitamente a batata).

26 de fevereiro de 2013

Do mar para a mesa bem à portuguesa



Um verdadeiro pitéu foi este almoço com um dos meus peixes preferidos. A sardinha está presente muitas vezes nas nossas refeições de Verão, simplesmente polvilhada de sal e assada na brasa. No Inverno moderamos o seu consumo, mas de vez em quando lá saem uns filetes de sardinha ou uma petinga frita.
O arroz de tomate, que é sempre uma boa companhia para este prato, não foi, propositadamente, malandrinho, mas também não foi um arroz seco. Ficou a meio caminho, húmido e muito saboroso, mas se preferir faço-o malandro, usando mais água e no final acrescente cerca de uma chávena de água fria para não empapar e no dia seguinte ainda terá um bom arroz.
Como sobraram filetes servimo-los ao jantar com outra companhia bem apreciada pela sardinha: o pão.

Filetes de sardinha com arroz de tomate e pimento

Ingredientes:
Os filetes:
10 filetes de sardinha
1 limão
2 dentes de alho
Sal q.b.
Farinha de milho
Óleo para fritar

O arroz:
3/4 de chávena de arroz carolino
1/4 de copo de vinho maduro branco
1 e 1/2 chávena de água quente
1/2 cebola
1 dente de alho
2 tomates maduros
1/2 pimento vermelho
1 folha de louro
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:
Compre os filetes já preparados ou peça na peixaria para preparar a sardinha em filete.
Tempere com o sumo de limão bem espremido, o alho picado e sal e deixe marinar de um dia para o outro.
No dia comece por preparar o arroz:
Dê um golpe em cruz na base dos tomates e escalde-os por 1 minuto em água a ferver (ou leve ao micro ondas num recipiente próprio, cobertos por água e programe 2,5 minutos na potência máxima). Transfira-os para um recipiente com água fria e com a ajuda de uma faca pele-os puxando a ponta da pele que entretanto se soltou com a fervura. Com cuidado retire as sementes e reserve a polpa.
Corte o pimento em tiras
Num tacho, refogue em azeite, a cebola e o dente de alho picados, a polpa de tomate, o pimento e a folha de louro.
Vá mexendo, para desfazer o tomate em pedaços mais pequenos, e quando a cebola estiver transparente refresque com o vinho branco.
Deixe levantar fervura até o vinho quase evaporar.
Acrescente a água e tempere de sal. Quando começar a ferver novamente acrescente o arroz, mexa e tape o tacho. Quando a calda começar a borbulhar reduza o lume para o mínimo e deixe cozer durante 15 minutos.
Entretanto prepare os filetes:
Escorra todo o sumo de limão e retire o alho que se encontre agarrado ao peixe.
Passe pela farinha, espalmando para que a farinha fique bem agarrada e frite em óleo quente.
Quando fritos, coloque os filetes sobre papel absorvente.


Ao almoço sirva os filetes acompanhados do arroz e de uma salada a gosto. Se sobrarem repita-os ao jantar numa sanduiche com pão de mistura, alface e tomate ou, se não quiser repetir, prepare a sanduiche para a marmita do dia seguinte.

2 de fevereiro de 2012

Alheira grelhada com nabiças


Não é receita. É uma preciosidade da nossa gastronomia e da história das nossas gentes.
Criada pela comunidade judaica de Trás-os-Montes, em finais do século XV e princípios do século XVI, a alheira começou por ser um enchido fumado recheado de pão e carnes diversas com excepção da carne de porco, que os judeus, por imperativos religiosos, não comem. Ora, era precisamente esta regra que os tornava facilmente identificáveis pela Inquisição, pelo que inventaram este enchido de carne para disfarçar a sua repulsa pela carne de porco e escaparem à perseguição dos inquisidores. (Fonte: alheira. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-01-26]).
Eu gosto da alheira grelhada, na brasa ou no forno, e de preferência inteira, mas se se desfizer também não faz mal e com o acompanhamento mais simples: batata cozida e grelos. Nada de batata frita e ovo estrelado. Na falta da grelha a frigideira também serve: pica-se a alheira e deixa-se fritar na sua própria gordura.
  
Ingredientes:
2 alheiras
1 molho de nabiças
Batata q.b.
2 dentes de alho
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
Azeite q.b.
Sal q.b.
Fatias de pão.

Preparação:
Comece por prepara as nabiças, escolhendo e lavando as folhas. Descarte os caules mais duros.
Encha um tacho com água, junte uma pitada de sal e  bicarbonato. assim que começar a ferver junte as nabiças.
Deixe levantar fervura novamente e conte 3 minutos.
Retire as nabiças para um passador para escorrer bem toda a água. Reserve.
Pique as alheiras com um alfinete e levar ao forno no grill com a resistência média. Assim que a alheira se apresentar dourada, vire-a  e deixe grelhar do outro lado. Retire-a do forno. Se deixar a alheira debaixo da grelha quente por muito tempo vai acabar por rebentar.
Entretanto descasque as batatas e coza-as em água e sal.
Pique finamente os alhos e aloure-os numa frigideira com azeite em lume médio. Quando os alhos começarem a alourar e a libertar o seu aroma junte as nabiças bem escorridas, envolva e deixe ficar por alguns minutos, mexendo de vez em quando.
Barre as fatias de pão com azeite e leve a tostar ao forno ou numa frigideira.
Sirva a alheira acompanhada da batata cozida e das nabiças salteadas sobre o pão tostado.

4 de novembro de 2011

Alcatra Regional




De regresso a casa, depois da minha semana na Terceira, o primeiro almoço de domingo foi, como não podia deixar de ser, alcatra regional. Eu e o D. viemos completamente deliciados e enfeitiçados por aquele manjar e tínhamos mesmo que tentar fazer a receita em casa. Fiz uns passeios pela blogosfera e nas cozinhas da Elvira, da Manuela e da Susana encontrei uma preciosa ajuda.
Usei um tacho de barro vidrado e não o tradicional alguidar que não tenho, ou melhor, ainda não tenho, mas já está prometido*. A carne ficou deliciosa e melhor ainda no dia seguinte. Gostamos tanto que já repetimos a façanha.

Ingredientes:
1 kg de carne vaca, incluindo um pedaço com osso
100 gr. de bacon
2 cebolas
2 folhas de louro
1 colher de sopa de massa de malagueta (usei de pimentão)
1 colher de chá de Pimenta da Jamaica
Banha q.b.
Manteiga q.b.
Sal q.b.
1 pau de canela
2 cravinhos
Vinho branco q.b.

Preparação
Unte um tacho de barro - preferencialmente um alguidar próprio para alcatra - com banha.
No fundo coloque o osso, o pau de canela, os cravinhos, pedacinhos de bacon, cebola às rodelas e uma folha de louro, de seguida uma camada de carne partida aos pedaços (encontrei receitas onde indicam que a carne deve ser untada com banha ou manteiga, mas omiti esta parte), mais bacon, cebola, alho e louro e mais uma camada de carne. Coloque algumas nozes de manteiga por cima.
Cubra com o vinho branco e tempere de sal e pimenta da jamaica.
Cubra com papel de aluminio e faça uns furinhos.
Leve ao forno pré-aquecido a 200º durante 3 horas. Deixe descansar dentro do forno desligado toda a noite e no dia seguinte aqueça durante cerca de 1 hora, acrescentando água se necessário e retirando o papel de aluminio 20 minutos antes do final.
Sirva com arroz branco ou batata cozida ou apenas com pão rústico à moda da Terceira.

26 de agosto de 2011

Bacalhau à Gomes de Sá à nossa moda



Um prato tradicional bem português e de alma portuense. São várias as versões da sua criação, mas em comum têm todas elas ter nascido ás mãos de José Luís Gomes de Sá, dito filho de um comerciante de bacalhau no Porto, com armazém no Muro dos Bacalhaoeiros e muito afamado entre os amigos pelos seus bolinhos de bacalhau. Tendo o negócio do pai falido José Luís tornou-se cozinheiro no Restaurante Lisbonense onde, certo dia, resolveu criar, com os mesmos ingredientes dos bolinhos de bacalhau (à excepção do leite), um prato diferente. De um manuscrito que se tem da sua autoria e que ía dirigido a um tal de João consta a receita original, com a seguinte nota: "João se alterar qualquer cousa já não fica capaz" e é este o teor do manuscrito:

Pega-se no bacalhau demolhado e deita-se numa caçarola. Depois cobre-se tudo com água a ferver e depois tapa-se com uma baeta grossa ou um pedaço de cobertor e deixa-se então assim sem ferver durante 20 minutos. A seguir, ao bacalhau que está na caçarola e que devem ser 2 quilos pesados em cru, tiram-se-lhe todas as espinhas e faz-se em lascas e põe-se num prato fundo cobrindo-se com leite quente, deixando-o em infusão durante uma hora e meia a duas horas.
Depois em uma travessa de ir ao forno, deita-se três decilitros de azeite fino do mais fino (isto é essencial), quatro dentes de alho e oito cebolas alourar. Ter já dois quilos de batatas (cortadas à parte com casca) às quais se lhes tira a pele e se cortam às rodelas da grossura de um centímetro e bota-se as batatas mais as lascas do bacalhau que se retiram do leite. Põe-se então na mesma travessa no forno, deixando-se ferver tudo por dez a quinze minutos. Serve-se na mesma travessa com azeitonas grandes pretas, muito boas e mais um ramo de salsa muito picada e rodelas de ovo cozido. Deve-se servir bem quente, muito quente.”
 (Fontes: memoriaportuguesa e wikipedia)

Naturalmente que mais de um século depois muitas versões existem deste prato de bacalhau. A sua maioria não segue a cozedura do bacalhau em leite e permite pequenas adaptações aos gostos pessoais de cada um. Lembro-me que a minha mãe picava a cebola, em vez de a juntar às rodelas e por uma razão muito simples: eu detestava encontrar a cebola no prato e a imaginação de mãe lá engendrou este subterfúgio para que eu não rejeitar a comida, sem fugir ao paladar original. Hoje faço com frequência o bacalhau á Gomes de Sá, mas numa versão bem mais simples que dispensa o forno.

Ingredientes:
3 lombos de bacalhau
Batatas q.b.
1 ou 2 ovos
1 cebola grande
2 dentes de alho
Azeite q.b.
Sal q.b.
Salsa q.b.

Preparação:
Dê uma fervura aos lombos de bacalhau, coe e reserve.
Descasque as batatas e coza-as em água e sal, juntamente com os ovos.
Retire as espinhas ao bacalhau e desfaça-o em lascas, deixando as peles se gostar.
Corte as batatas em cubos (às rodelas na receita original).
Corte a cebola às rodelas e leve a frigir em azeite abundante até começar a ficar transparente. Junte os alho picados e acrescente as batatas e as lascas de bacalhau.Envolva até as batatas e o bacalhau alourarem, acrescentando mais azeite se necessário.
Junte os ovos cortados em cubos (mais uma vez: às rodelas no original), envolva e retire o tacho do lume.
Polvilhe com salsa picada e sirva.

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