30 de dezembro de 2016

Tarte de couve e batata doce



Mês das couves, ditou a Marta, e muito bem. Que melhor mês este para cozinhar com couves? Começamos logo a pensar na ceia de natal e na véspera de ano novo e nas pencas cozidas com o bacalhau, que mais tarde se hão-de transformar em roupa velha ou farrapo velho. A mim, o tema - as couves - fizeram logo tilintar uma memória de uma galette que andava para repetir ou recriar assim que surgisse a oportunidade. A oportunidade não surgiu, mas criou-se e ás couves acrescentei queijo feta e batata doce. Também poderia ter acrescentado bacon ou cogumelos mas pareceu-me que assim a couve poderia perder o protagonismo que se queria. Por isso aqui a têm, feita logo no inicio do mês, mas só hoje a ser publicada, quase sem chegar a tempo ao desafio da Marta.

E porque Novo Ano se avizinha, desejo-vos os melhores 365 dias das vossas vidas! Bom Ano 2017!!! 

Ingredientes (para 1 empada média):
Massa de empada (ou outra à vossa escolha: quebrada, folhada, etc.)
1 couve coração pequena
1 batata doce pequena
1/2 cebola
1 dente de alho
Queijo Feta a gosto
1 colher de chá de cebola
1 colher de chá de manteiga
Sal q.b.
Pimenta preta q.b.
Azeite q.b.


Preparação:
Estenda a massa já preparada sobre a tarteira, com uma folha de papel vegetal por baixo e reserve.
Corte a couve grosseiramente e escalde em água fervente até amolecer. Coe a água e reserve o liquido.
Lave bem a batata e corte em rodelas finas (mantendo a casca), leve a cozer em água e sal, só até estar macia. Não deixe cozer de mais.
Prepare um molho béchamel com a água da cozedura da couve (vai precisar de cerca de 1 concha de sopa): deite a manteiga num tachinho, deixe derreter e acrescente a farinha aos poucos, mexendo sempre até a farinha absorver a gordura. 
Comece, então, a juntar a água, colher de sopa a colher de sopa, mexendo entre cada adição. Quando já tiver usado cerca de metade do liquido, acrescente o restante de uma só vez e mantenha em lume brando, mexendo sempre até engrossar um pouco. para testar use as costas da colher de pau: como queremos um molho fino, passe a colher de pau no liquido e se ao verter ficar algum molho agarrado às costas da colher está pronto. 
Pique a cebola e o alho finamente e refogue lentamente num fio de azeite. Quando a cebola começar a ficar transparente junte a couve bem espremida e envolva na mistura de cebola e alho. Tempere com sal e uma pitada de pimenta preta.
Espalhe 1/3 das batatas sobre a massa da empada e sobre elas aconchegue o recheio da couve espalmando para ficar compacto.
Polvilhe com Feta esfarelado, cubra com as restantes rodelas de batata e, finalmente, verta o molho béchamel, com cuidado para não extravasar a forma.
Leve a assar em forno pré-aquecido a 180º, durante 30 minutos ou até o topo da tarte dourar (use o grill, para tostar um pouco).
Sirva com uma boa salada.


24 de dezembro de 2016

Feliz Natal



A todos os leitores do blogue desejo um Santo e Feliz Natal na companhia da vossa familia e que na vossa mesa, além dos docinhos do costume, reine a alegria e a comunhão fraterna.

23 de dezembro de 2016

Rolo bicolor de aletria


Confesso que a aletria não é dos meus doces preferidos de Natal, mas é um dos predilectos do D. (a seguir às rabanadas) e por isso lá em casa não pode faltar na mesa uma travessa de aletria. E porque a necessidade faz o engenho foi um doce que aprendi a fazer a partir de uma receita de aletria sem ovos e dei-me tão bem ela, que até durante o ano de vez em quando lá faço uma travessura doce para o meu doce D., embora, por regra, acrescente 1 gema de ovo. Desta vez, decidi sair da zona de conforto que são as receitas tradicionais e para o desafio Youzz Milaneza, transformei a aletria num rolo de dois sabores e duas cores, que servida fresca é uma delicia.


(Para um rolo pequeno que rende cerca de 5 fatias, para um rolo maior duplique ou triplique a receita)
Ingredientes:
40gr.+40gr. de aletria (cerca de 4 meadas)
160 gr. de sumo de laranja (ou o sumo de 1 laranja completado com água para perfazer a quantidade)
4 colheres de chá de açúcar
2 paus de canela
1 pedaço de casca de laranja (só a parte laranja)
200 ml de natas para culinária ou 100 ml de natas e 100 ml de leite
1 colher de sopa de cacau cru em pó
3 quadrados de chocolate para culinária
4 colheres de chá de açúcar
1 colher de chá de extrato de baunilha

Preparação:
Para a camada de laranja:
Num tacho deite o sumo de laranja, 2 colheres de sopa das natas, o pau de canela, a casca de laranja e o açúcar (se for preciso ajuste o açúcar em função da doçura da laranja).
Mexa para derreter o açúcar e quando levantar fervura acrescente 40 gr. de aletria, desfazendo grosseiramente as meadas para abrir a massa.
Coza em lume médio/brando, mexendo de vez em quando.
Quando a aletria estiver cozida, vá mexendo sempre com a colher-de-pau até ficar cremosa e a "descolar" dos lados do tacho.
Espalhe numa camada fina sobre uma folha de papel aderente dando-lhe a forma de um rectângulo. Reserve e prepare ...
.... a camada de chocolate:
Num tacho deite as natas, o pau de canela, o cacau em pó, o chocolate, o extracto de baunilha e o açúcar (se for preciso ajuste o açúcar em função do seu gosto).
Mexa para derreter o açúcar e o chocolate e quando levantar fervura acrescente a restante aletria, desfazendo grosseiramente as meadas para abrir a massa.
Coza em lume brando, mexendo de vez em quando, até a massa amolecer. 
Vá mexendo sempre com a colher-de-pau até ficar cremosa e a "descolar" dos lados do tacho (como as natas são mais gordas, tem que ter atenção para que não reduzam demasiado e a aletria fique encruada, se precisar acrescente leite).
Espalhe em camada sobre a de laranja e deixe arrefecer um pouco. Se ficar uma camada muito grossa retire o excesso.
Com a ajuda do papel aderente comece a enrolar a parte do lado mais longo do rectângulo. Aperte o rolo, embrulhe em papel de alumínio para ajudar a manter a forma e leve ao frigorífico por cerca de 1 hora.
Desenrole o papel e polvilhe com canela, desenhando uma grade ou fazendo outro qualquer desenho a gosto.
Sirva bem fresco.



Esta receita foi criada para o desafio Youzz Milaneza



22 de dezembro de 2016

Linguini com brócolos roxos e nozes e talvez o pesto mais feio do mundo




Ultimamente tenho encontrado com frequência estes brócolos roxos. Umas cabeças mais pequeninas que os verdes, cheias de cor que saltam logo aos olhos, assim que chego à banca dos vegetais. ´
A primeira vez que os comprei e cozi, fiquei muito desiludida porque durante a cozedura ficaram verdes e do roxo só ficou a água, entretanto li no "Dicionário de Sabores", a propósito da couve-roxa, que para lhe manter a cor depois de cozinhada era necessário acrescentar algum elemento ácido à água da cozedura e resolvi aplicar o mesmo método a estes brócolos e resultou lindamente, mas se  cozerem uma quantidade mais generosa para guardarem, preparem-se para ver a cor desaparecer gradualmente.
Uma massa de brócolos é sempre uma delicia, polvilhada com nozes e se quiserem um sabor bem mais "vivo" acrescentem-lhe uma colher de pesto dos mesmos brócolos. Porventura o pesto maiss feio que já alguma vez fiz, mas de sabor intenso. Como o brócolo é denso, poderão ter que acrescentar algum liquido para o soltar, sob pena uma pasta e não um molho ou então experimentem primeiro triturar todos os restantes ingredientes e só depois juntar os brócolos esmagando-os com um garfo e acrescentando o azeite que acharem necessário (próxima experiência...)

Ingredientes:
Para a massa:
Linguini Milaneza q.b.
2 cabeças pequenas de brócolos roxos e as suas folhas
1/2 cebola
1 dente de alho
1 punhado de nozes
Azeite q.b.
Água q.b.
Vinagre ou sumo limão
Sal q.b.

Pesto:
100 gr. de brócolos
4 nozes
1 colher de sopa de parmesão ralado
1 dente de alho
1 punhado de folhas de salsa
Azeite q.b.



Preparação:
Coza a massa al dente e coe a água, mas reservando algum liquido da cozedura.
Separe os floretes de brócolos e as folhas.
Coza os floretes a vapor, juntando à água 2 colheres de sopa de vinagre ou de sumo de limão para que não percam a cor, mas não deixe de cozer demais. Reserve.
Corte as couves de brócolo em juliana grossa.
Numa sertã deite um fio de azeite e deixe aquecer, acrescente a cebola cortada em meias luas e o dente de alho finamente laminado.
Quando a cebola começar a amolecer, acrescente as couves, envolva, tempere de sal e salteie. Eu gosto de deixar estalar (fritar) um bocadinho para sentir algum crocante pelo meio.
Acrescente alguma água da cozedura da massa (cerca de uma concha de sopa) para criar molho, deixe levantar fervura, rectifique o tempero e junte, primeiro os floretes de brócolos, deixando alguns para adicionar no prato, e depois a massa cozida.
Envolva os ingredientes e sirva quente, com os restantes brócolos e as nozes grosseiramente picadas.
Se quiser um sabor mais pungente acrescente uma colher de sopa de pesto ainda na sertã, juntamente com a água da cozedura.

Para o pesto:
Misture todos os ingredientes e triture com a varinha mágica, acrescente o azeite necessário para criar um pesto mais solto ou menos, deixando-o com a consistência de quase uma pasta.



Esta receita foi criada para o desafio Youzz Milaneza

6 de dezembro de 2016

Hoje a receita vem da Galiza!



Este ano as férias passaram a voar e o regresso ao trabalho foi de tal modo impetuoso, que nem publiquei o meu post de férias como habitualmente, mas o regresso de férias trouxe-me uma surpresa, por isso em vez de um post dedicado exclusivamente a elas, trago-vos uma iguaria de um dos locais por onde passei.

Explico: este ano optamos por seguir para Norte com destino final na Galiza, mais propriamente em A Guarda, com um saltinha à linda Baiona Ora, já depois do passeio, recebo um e-mail simpatiquíssimo dos autores do blogue "Bolboretas no Bandullo", Diana e David. Ora a Diana e o David são galegos e o blogue é escrito na língua galega e enquanto eu escolhi a Galiza para umas mini férias, eles escolheram o sul de Portugal para as suas férias. Só coincidências, mas agradáveis, por isso quando, nesse tal e-mail me convidaram a apresentar uma receita portuguesa para partilharem com os seus leitores, enquanto me apresentariam uma receita galega para partilha convosco, não pude, de maneira alguma recusar o convite. Afinal, aqui pelo norte, portugueses e galegos só se separam pela geografia, que de resto é tu cá tu lá e, claro, a sua gastronomia conquista-nos.

Como no seu blogue já existe uma receita de um dos petiscos mais afamados do Porto, a "francesinha", resolvi escolher para partilhar uma receita que não é nova por aqui, mas que é também originária do Porto  e com um dos ingredientes mais emblemáticos da nossa cozinha: o fiel amigo bacalhau, que não sendo nosso, se tornou tão nosso: o bacalhau à Gomes de Sá, cuja receita vão poder encontrar hoje por terras da Galiza, que por aqui se partilha uma não menos saborosa receita galega: a empanada! Que delicia, não acham?

Obrigada Diana e David por partilharem a vossa cozinha connosco!

Conheçam um pouquinho mais do "Bolboretas no Bandullo", por aqui e as sua rubricas "Bitácoras de aqui e acolá" e "Bolboreteando con...":
http://www.bolboretasnobandullo.com/
https://www.instagram.com/bolbonobandullo/
https://www.facebook.com/bolboretasbandullo/?ref=bookmarks
https://twitter.com/bolbonobandullo

Então, aqui vai a receita:

"Bom dia, amig@s! Hoje a vossa receita trazemo-la desde Galiza nesta parceria tão apetitosa. Apresentamos um dos pratos mais tradicionais do nosso território, a empanada, que ainda que hoje já se faça em boa parte do mundo, tem a sua génese como a que hoje conhecemos aqui na Galiza. No século XII, muitos peregrinos que viajavam até Santiago de Compostela, à procura do Apóstolo, sabiam que se estavam a aproximar pelo cheiro a pão e a empanada. Depois, deixavam a Galiza com a lembrança de uma delícia tipica feita com massa com recheios muito diferentes.
Bem, na última fase da Idade Media, quando o cereal mais recorrente era o milho, comia-se pão deste (aqui chamado de “broa”) e também uma empanada com sabor bem diferenciado pois o milho deixa o estômago bem satisfeito. Com o passar do tempo, o milho foi ficando marginalizado, mas estas empanadas mantiveram-se vivas em certas zonas do nosso país. Nas últimas décadas começaram a ganhar novamente muito prestígio, podendo encontra-las em muitas padarias galegas. Contudo, também podemos preparar uma boa empanada de milho em casa. Nas vilas piscatórias, como a nossa, costuma fazer-se com algum marisco. Nós, desta vez, optamos pelas “zamburiñas”, um molusco bivalve muito similar à vieira.
Certo que não é a opção mais económica para uma empanada, mas agora que se aproximam épocas festivas esta é uma ideia óptima para uma surpresa. Acham saborosa? Olhem!

 Empanada de milho e zamburiñas

Ingredientes:
Para a massa:
·         Para a massa madre: 25 g de farinha de milho, 25 g de farinha de trigo e 40 ml de agua morna.
·         300 g de farinha de milho
·         100 g de farinha de trigo
·         350 ml de agua quente
·         Uma colherinha de sal
·         Um ovo
Para o recheio:
·         10-12 zamburiñas (se não encontrarem, optem por vieiras)
·         2-3 tomates triturados
·         1 pimento vermelho
·         1 cebola
·         1 dente de alho
·         1 copo de vinho
·         Pimenta moída
·         Pimentão
·         Sal
·         Aceite

Elaboração:

Começamos fazendo a massa madre. Misturamos todos os ingredientes e deixamos repousar durante uma noite



No dia seguinte, juntamos a farinha de trigo e a de milho, a agua quente e o sal. Misturamos muito bem, tapamos e deixamos repousar até que duplique o seu tamanho.



 Enquanto deixamos que a massa fermente, preparamos o recheio. Primeiro trituramos o pimento, a cebola e o dente de alho. Fritámos estas verduras em duas colheres de azeite durante 5-6 minutos.




De seguido, adicionamos as zamburrinhas, misturamos bem e acrescentamos o vinho. Quando se evaporar, acrescentamos os tomates e cozinhamos durante 15-20 minutos. Temperamos com o sal, a pimenta moída e o pimentão. Reservamos.





A seguir, repartimos a massa em duas partes, estendemos uma delas sobre papel vegetal e colocamos sobre ela o recheio. Estendemos a outra e tapamos a nossa empanada. Fechamos bem os bordos, pintamos com o ovo batido e vai ao forno pré-aquecido a 220º (calor de baixo e de cima), durante 25 minutos, aproximadamente.




Deixamos arrefecer um pouco e já está pronta a comer! Esperamos que gostem dela ;) 
Aquí, na nossa casa, apenas durou uns minutos. Saborosíssima! Abraços desde a Galiza!








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