29 de outubro de 2010

Do reino das memórias para o Reino da Prússia

Sofia,
Quando vi o teu desafio achei-o simplesmente delicioso, ou não estivéssemos nós a falar de comidinhas, iguarias e afins, tudo bem temperado de doces memórias. E começando a rebuscar as minhas pequenas estórias acabei por descobrir que nas minhas memórias de infância existem inúmeras referências a sabores e aromas, por isso não vou aqui contar nenhuma estória, mas partilhar essas memórias que me são tão queridas. 
São as memórias das férias passadas em casa da minha madrinha, onde a minha avó me acordava com um pequeno-almoço na cama. Uma chávena de café (de cafeteira) e um pão com manteiga. Nunca gostei de café com leite, pelo menos das chávenas almoçadeiras de café com leite que se davam às crianças naquela altura. Ainda hoje o muito que consigo tomar é um pingo directo, já a meia de leite ou galão, nem pensar. Mas aquele cafézinho de borra e eu a molhar o pão no café...hummmm. E à hora do almoço? Lá vinha a avozinha fazer o meu prato favorito: bife com ovo a cavalo e batatas fritas, numa frigideira pequena, preta de tanto uso, onde as batatas eram embebidas em pouco óleo e aí fritavam, reviradas vezes sem conta com um garfo até estarem tostadinhas. Batata frita igual nunca mais comi, desde então. E era o arroz, cozido num caldo bem apurado: estala-se a cebola, deita-se um pouco de água, apura-se, mais um pouco de água, apura novamente, só então a água necessária, mais uma boa fervura e entra o arroz e novamente ferve a água e só então se reduz o lume para o mínimo. Está pronto o arroz, mas o almoço está atrasado: embrulha-se o tacho em papel de jornal até à hora de servir.
São as memórias da Páscoa e do arroz de cabidela e do Pão-de-Ló molhado num cálice de vinho do Porto (nesta altura o Pão-de-Ló era o único doce festivo que comia).
Das mesas de festa, com a toalha de linho e a louça de porcelana, religiosamente guardada nos armários para as ocasiões especiais.
São as memórias das larocas que o meu pai trazia da casa da mãe, minha avó paterna.
Da mercearia que ela tinha, com o balcão comprido e a balança de pesos. O quarteirão de broa de milho (como eu gostava da côdea dura), o bacalhau salgado empilhado e cortado ao gosto da freguesa. Conta aponte no Livro para ser paga ao fim do mês.
São as memórias das sandes de batatas fritas.
Das constipações e do chá de limão, que ainda hoje não suporto. 
Era a sopa com pedacinhos de cebola, que eu, esquisita, rejeitava, resmungando, que isto tem cebola e eu não gosto e a desculpa esfarrapada: não tem nada, caiu um bocadinho na panela quando estava a fazer o arroz.
São as memórias dos passeios de escola, de cesto de pic-nic recheado de coisas boas preparadas de véspera: o frango assado, panados, croquetes de batata que faziam um furor e eu orgulhosa porque tinham sido feitos pela minha mãe.
Era o pão doce coberto de açúcar que a minha mãe trazia da feira dos Carvalhos, à Quarta-Feira. 
As visitas a casa dos tios em Guimarães, que logo se apressavam a descer à adega para ir buscar um bom salpicão e o vinho tinto que serviam na malga. Salpicão que eu não comia e vinho que não bebia, mas ficava a observar o ritual e a alegria que reinava à volta da mesa.
São as memórias das primeiras incursões culinárias (doçaria, pois claro): salame de chocolate, mousse de chocolate e uma taça de camadas de mousse de chocolate, natas e bolacha ralada. 
Era o caderno de receitas da minha mãe, escrito à mão, com receitas que me punham a sonhar.
São as memórias das minhas raízes gastronómicas. Memórias que andam à solta e de vez em quando lá vem uma fazer uma visitinha, obrigando-me a recriar tais sabores e eu obedeço com um prazer desmedido. E é também com prazer desmedido que partilho estas minhas memórias com os habitantes do Reino da Prússia, esperando que este seja apenas o primeiro de muitos anos de partilha de receitas e de memórias.
Parabéns Sofia no Reino da Prússia!

28 de outubro de 2010

Doce de Ameixa Branca e Maçã Bravo de Esmolfe


Continuando a saga das compotas, junto à prateleira esta de ameixa branca e maçã. Doce feito no micro-ondas (pela rapidez e simplicidade de elaboração), ficou com um sabor excelente e uma linda cor dourada. 


Ingredientes:
1 maçã Bravo de Esmolfe de tamanho médio
3 ameixas brancas (juntamente com a maçã, depois de descaroçadas, totalizava cerca de 430 gr. de fruta)
200 gr. de açúcar
1 limão

Preparação:
Parta as ameixas em pedaços, reservando os caroços.
Deite num recipiente alto próprio para ir ao micro-ondas.
Regue com o sumo de limão.
Descasque e descaroce a maçã e reserve quer as cascas, quer os caroços (utilizei um descaroçador de maçã e juntei a polpa retirada desta forma).
Parta a maçã em pedaços pequenos (esta tarefa tem que ser executada rapidamente, pois a maçã Bravo de Esmolfe oxida facilmente).
Misture as frutas, deite o açúcar, junte os caroços e cascas (ricas em pectina), envolva e leve ao micro-ondas por 5 minutos em potência alta. Findo este tempo mexa para envolver bem frutas e calda. Repita a operação mais 2 vezes. Retire os caroços e as cascas da maçã. Triture com a varinha mágica, mas de forma a deixar pedaços de fruta. Verta para um frasco esterilizado.

27 de outubro de 2010

Carne estufada com feijão verde e batatinha a vapor


Inaugurando os dias de Outono com uma comida mais quente e farta. saiu da minha cozinha esta carne estufada à moda da minha mãe e que eu muito gosto. Porque comecei a cozinhar já um pouco próximo da hora do jantar, optei por a fazer na panela de pressão que é uma grande aliada nestas coisas de cozeduras demoradas. 

Ingredientes:
1kg de novilho para cozer (Novilho dos Açores)
1 cebola média
1 cenoura
1 tomate maduro
1 dente de alho
1 folha de louro
1 pontinha de piri-piri
1 mão cheia de feijão verde
Vinho branco q.b.
Azeite q.b.
Sal q.b.
Para acompanhar: batatinha nova q.b.

Preparação:
Lave bem as batatas, sem descascar, e dê um golpe em cada uma. Reserve.
Corte a carne em pedaços generosos.
Descasque a cenoura e corte em cubos.
Lave o tomate e retire as sementes. Parta-o, igualmente, em cubos.
Pinte o fundo da panela com azeite e refogue a cebola cortada em gomos, juntamente com a cenoura, o tomate, o alho esmagado, o louro e o piri-piri. Vá mexendo para não deixar queimar. Assim que a cebola começar a ficar transparente e o tomate desfeito, refresque com uma golpada de vinho.
Deixe reduzir a acrescente a carne. Tempere de sal. Deixe a carne ganhar cor de todos os lados. Acrescente água, quase a cobrir a carne. Coloque o cesto de vapor e nele as batatinhas. Feche a panela e proceda conforme instruções. Conte 20 minutos de cozedura. No meu caso, deitei pouca água e tive que abrir a panela passados cerca de 15 minutos e acrescentar água. Aproveitei para tirar as batatas e pelá-las e preparar o feijão verde retirando os fios laterais e cortando em pedaços, enquanto a carne cozia mais 10 minutos na pressão. Findo esse tempo, abri de novo a panela, rectifiquei os temperos e água e juntei as batatas e o feijão verde. Mais 7 minutos  em pressão e estava pronto o jantar.

26 de outubro de 2010

Sopa de lentilhas com espinafres





Depois das saladas, reinam as sopas quentes e substanciais para nosso aconchego.


Ingredientes:
200 gr. de courgette
200 gr. de abóbora
1 cenoura
1 cebola
1 dente de alho
1/4 de chávena lentilhas
100 gr. de folhas de espinafres
Azeite q.b.
Sal q.b.
Água q.b.

Preparação:
Parta a courgete, a abóbora, a cenoura e a cebola em pedaços e deite tudo na panela de pressão. Acrescente o alho esmagado e as lentilhas. Cubra com água e tempere de sal.
Feche a panela e leve ao lume, contando 20 minutos após o soar da "bailarina".
Entretanto coza os espinafres. Reserve.
Desligue, abra a panela e reduza os legumes a puré.
Quando uso lentilhas ou outros ingredientes com casca ou muito fibrosos, passo sempre o puré pelo menos 2 vezes, pelo passador chinês.
Acrescente água se necessário e rectifique o sal.
Junte os espinafres, leve de novo ao lume.
Começando a ferver acrescente um fio de azeite e desligue.

22 de outubro de 2010

Bilhete Postal - A Tasquinha do Fumo


Hoje uma sugestão de passeio e de bem comer a quem for para os lados de Baião: "A Tasquinha do Fumo".
Engana-se quem pensa que vai encontrar (pelo menos para já) um restaurante no verdadeiro sentido da palavra. Não, o que vão encontrar é, em plena serra da Aboboreira, uma casa de portas abertas a quem vier com bom apetite, o que não é difícil de ter com os ares sadios da serra. Chegamos lá de improviso por recomendação de quem já conhece a Tasquinha, mas não é má ideia ligar antes, uma vez que é frequente a casa encher com pequenos grupos.
A casa, situada numa povoação pequena, tem no rés-do-chão uma tasca de balcão corrido onde os anteriores proprietários serviam petiscos a caminheiros e caçadores e aos devotos de S. Brás que lhe dão graças nas festas que correm na primeira semana de Fevereiro. Falecidos os donos da "tasca" o Sr. Artur e a D. Isabel tomaram-lhe as rédeas e abriram a sala de jantar da casa, no andar de cima, a todos que quisessem mais que uns petiscos. Mesas e bancos corridos com toalhas ao xadrez, fazem as honras, numa sala de soalho velho e paredes caiadas, decorada ainda com móveis deixados pelos seus donos. A cozinha, à qual se acede apenas pelo exterior, guarda um forno a lenha de onde saem pratos suculentos, depois de a lenha arder por duas horas  para que o forno atinja a temperatura necessária para cumprir a sua função. Desta cozinha e dos dias frios enevoados pelo fumo da lareira, mas a que todos acorriam pelo aconchego do calor, nasceu o nome da tasquinha: "Tasquinha do Fumo".
Quando chegamos, sem aviso prévio, a casa estava vazia, mas aguardava um grupo, o que não foi problema algum, porque sempre se arranjava qualquer coisa. Demos um passeio pela aldeia - Almofrela - para esticar as pernas e respirar o ar do campo. Ao longe os sinos do gado faziam-se ouvir e nisto lá vem um rebanho de cabras, certinhas pelo caminho, a mando da sua pastora. Malandrecas, iam petiscando umas couves pelos campos à beira do caminho, sem pena de derrubarem a rede que os cercava.
A fome já apertava e o Sr. Artur e a D. Isabel, simpatiquíssimos e atentos anfitriões, já tinham na mesa, à nossa espera, pão como se quer e saborosíssimas fatias de presunto, a que se juntaram umas pataniscas de bacalhau quentinhas e cebola rachada (cebola aberta em quatro quase até ao fundo, temperada de sal e vinagre de vinho tinto). Uma vez que tínhamos chegado sem avisar, o Sr. Artur ía improvisar uma vitela com batata a murro, mas como o grupo chegou mais pequeno que o previsto, acabamos por comer uma galinha do campo assada, macia e suculenta, com arroz de forno. Um tinto da casa fez as honras à refeição e para uma sobremesa uma pêra bêbada como deve ser. Se por lá quiserem passar mas reservar antes fiquem a saber que são também famosos por aquelas bandas o arroz de cabidela e o anho no forno. Por mim, lá voltarei...    

P.S. Para lá chegar procurem pelo Centro Hípico de Baião e sigam essa estrada serrania. Vão passar por uma pequena povoação deserta e a seguinte é Almofrela. A Tasquinha fica logo à entrada, na primeira casa e tem estacionamento. De qualquer forma, podem procurar no Google por Almofrela, Baião. 

21 de outubro de 2010

Bolo de iogurte e maçã


- Andava com vontade de utilizar umas maçãs que começavam a enfezar na fruteira sem ninguém lhes dar uso.
- Andava com vontade de experimentar uma dica que vi no livro "Receitas para viver melhor lidando com o Colesterol", que indicava um substituto para os ovos na confecção de bolos:  reduz-se o o número de ovos de uma receita para apenas 2 ovos e substituindo cada um dos restantes por: 1 colher de sopa de leite + 1/2 colher de sopa de sumo de limão+1/2 colher de sopa de bicarbonato de sódio.
- Andava com vontade de experimentar um bolo na MFP.
Então:
- Porque não um bolo de maçã?
- Então se vou fazer um bolo, porque não experimentar esta dica?
- Os programas da minha MFP (da Taurus, passando a publicidade) não coincidiam com os que normalmente são indicados nas receitas. Achei que era capaz de sair uma grande bodegada, por isso, já que tinha o forno ligado, era melhor o método tradicional. Depois estudo esta questão dos programas.

Lancei mãos à obra. O resultado foi um bolo bem húmido, com uma deliciosa capa caramelizada e apesar de o bolo de maçã fazer lembrar os dias pequenos e frescos do Outono, este sabe muito melhor se for servido bem frio.

Ingredientes:
2 ovos
1 iogurte
2 copos (medidos pelo de iogurte) de açúcar + 2 a 3 colheres de sopa
2 copos (medidos pelo de iogurte) de farinha
2 maçãs
1 colher de sopa de fermento
2 colheres de sopa de leite
1 colher de sumo de limão
1 colher de bicarbonato de sódio
Calda para humedecer

Preparação:
Numa taça pequena comece por deitar o leite, acrescente o sumo de limão e misture o bicarbonato. Deixe repousar. 
Descasque as maçãs e pique uma delas, partindo a outra em fatias finas. Reserve (regue com sumo de limão para não oxidarem).
Numa taça grande misture bem os ovos, a maçã picada, o açúcar, a farinha, o substituto dos ovos e o fermento.
Distribua a maçã fatiada pelo fundo de uma forma e polvilhe com açúcar. Verta a massa do bolo e leve a forno pré-aquecido. Normalmente pré-aqueço a 180º, diminuindo para 170º ao fim de 20 minutos. Neste caso, e porque no forno estava já uma quiche a assar, arrisquei a iniciar nos 200º por 20 minutos e diminui para os 180º, deixando cozer por mais 15 minutos. O bolo ficou com uma cor mais tostada que o habitual, mas não queimado, nem seco.
Regue com 1/2 chávena de calda de açúcar leve ou de geleia de fruta dissolvida em água quente.
Deixe arrefecer e leve ao frigorífico para ficar bem fresco antes de servir.

Para cozer o bolo usei uma forma de silicone e cheguei à conclusão que estas formas, tão práticas, estão proibidas cá em casa: estava ainda o bolo no forno e já se perguntava insistentemente o que é que cheirava tão bem. Saído do forno não adiantou explicar que era necessário que o bolo arrefecesse completamente para desenformar. A pressão foi tanta que acabei por tentar desenformar o bolo quente. O resultado já se imagina, uma parte do bolo ficou agarrada na forma, mas lá consegui reconstitui-lo e servir uma tão almejada fatia. O que vêm na foto é a parte do bolo que não sofreu danos.O resultado foi um bolo bastante húmido, embora com a massa mais densa e eu goste mesmo é daqueles bolos muito leves, mas lá diz o ditado que "o que é doce nunca amargou".

20 de outubro de 2010

Quiche de cogumelos, tomate e cebola com iogurte e leitelho



Mais uma quiche para me acompanhar em almoços e jantares improvisados, em que não apetece cozinhar ou não há tempo para tal. Uma fatia de quiche mais uma sopa ou uma salada e uma peça de fruta e está a refeição feita. Esta tem a particularidade de ter substituído as natas por iogurte e 2 ovos por uma mistura de leite+sumo de limão+bicarbonato de sódio, reduzindo, assim, calorias e gorduras/colesterol.


Ingredientes:
1 embalagem de massa quebrada pronta
200 gr de cogumelos
1 tomate
1 cebola
2 pimentos pequenos
2 ovos
2 iogurtes
2 colheres de sopa de leite
1 colher de sopa de sumo de limão
1 colher de sopa de bicarbonato
200 gr de queijo ralado
Azeite q.b.

Preparação:
Misture 2 colheres de leite, com 1 de sumo de limão e 1 de bicarbonato de sódio. Reserve.
Corte a cebola, o pimento e o tomate às rodelas.
Numa frigideira quente salteie, em azeite, a cebola, tendo o cuidado de deixar alguns anéis inteiros. Assim que começar a amolecer retire alguns desses anéis que ficaram inteiros e reserve. Junte à restante cebola os cogumelos e salteie por mais 5 minutos.
Numa taça misture os ovos inteiros, os iogurtes, o substituo dos ovos e mexa bem. Tempere a gosto.
Junte a mistura de cogumelos e cebola e envolva.
Forre uma tarteira com a massa e despeje o recheio. Por cima distribua o tomate, o pimento e os anéis de cebola que reservou.
Leve a forno pré-aquecido a 180º, por 30 a 40 minutos.
Faça o teste do palito para ver  está pronta.

19 de outubro de 2010

Manteiga de Camarão


É um petisco simples para servir com tostas como aperitivo. Esta manteiga surgiu da necessidade de gastar um resto de miolo de camarão que tinha no congelador, mas se utilizar camarão fresco ficará muito mais saboroso.

Ingredientes:
30 gr. de manteiga sem sal
4 camarões médios cozidos e sem casca + 3 para decorar
Salsa q.b.
Sal q.b.
1 colher de café de mostarda
1 colher de chá de massa de pimentão
2 gotas de piri-piri ou outro molho picante a gosto
1 dente de alho
1 colher de chá de Dry Gin

Preparação:
Pique finamente os camarões, o dente de alho e a salsa.
Numa tigela, misture todos os ingredientes utilizando um garfo, amassando até ter uma pasta homogénea.
Rectifique os temperos.
Transfira para um ramequin e leve ao frigorífico, retirando 10 minutos antes de servir.
Enfeite com os camarões que reservou.

18 de outubro de 2010

9 coisas sobre mim

Aceitando o desafio da Mariana aqui vão 9 coisas sobre mim:

1 - Uma que vocês já sabem: gosto de cozinhar e, consequentemente, perco-me por objectos e utensílios de cozinha. 

2 - O meu alimento preferido é o pão, como-o a qualquer hora do dia e não tem que ter qualquer recheio. Petisco-o assim que chego a casa e gosto de terminar as refeições com um pedacinho de pão.

3 - Adoro viajar, cá dentro ou lá fora, conhecer outros sítios, cantos e recantos, outros sabores (claro), outros hábitos e outras gentes.

4 - Gosto de aeroportos e estações de comboio (porque será?). Gosto de partir e gosto muito de regressar porque:

5 - Gosto da minha casa.

6 - Paisagem preferida: mar.

7 - Praia aos Domingos? Não, obrigada.

8 - Abomino falta de civismo e falta de educação, arrogância, falsidade, chico-espertice e bisbilhotice.

9 - Alguns ditos populares a que tiro o chapéu: "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje" e "Nas costas dos outros vemos nós as nossas".

Passo este desafio a todos os blogueiros/as que lhe queiram lançar mão e revelar um bocadinho sobre si.

AC - salada morna de arroz e brócolos com tofu em marinada de molho de soja


Esta salada morna aproveita sobras de arroz e brócolos de uma refeição anterior a que se acrescenta o tofu previamente marinado em molho de soja.

Ingredientes:
1 barra de tofu
2 colheres de sopa de molho de soja
1 colher de café de molho inglês
1 colher de café de mel
Salva q.b.
Brócolos cozidos al dente q.b.
1 tomate pequeno
2 colheres de sopa de arroz cozido
Azeite q.b.

Preparação:
Corte o tofu em quadrados.
faça uma marinada com o molho de soja, o molho inglês, o mel, a salva e uma colher de sopa de azeite.
Despejo sobre o tofu e deixe marinar durante 30 minutos.
Retire as sementes ao tomate e corte em cubos pequenos.
Numa frigideira deite uma colher de sopa de azeite, aqueça e salteie o tofu (juntamente com a marinada) e o tomate.
Vá virando o tofu para ficar dourado de todos os lados.
Quando pronto, junte os brócolos e o arroz, misture e desligue.

16 de outubro de 2010

Mesa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão


Era com este mote que a minha avó sempre me repreendia quando me esquecia de por o pão na mesa. Na altura não compreendia muito bem a razão de tal alarido, até porque na mesa havia muito mais que comer, mas não teria sido assim na infância dela e, então, a falta de pão, o alimento mais básico e mais barato, era sinónimo de pobreza extrema. 
Essa massa de farinha, água e levedura, faz parte da alimentação da humanidade há milénios e era até utilizado pelos egípcios como forma de pagamento pelo trabalho. Nas nossas aldeias de antanho (e também de hoje, que felizmente há tradições que nunca morrem) o pão cozido no forno de lenha, muitas vezes no forno comunitário, aquecia o coração de qualquer alma transida do frio rigoroso do Inverno. 
Hoje, depois de atravessar o mundo e a história, em constante evolução, o pão apresenta-se nas nossas mesas sob as mais variadas formas e sabores. É para a grande maioria das pessoas o primeiro alimento do dia: simples ou mais ou menos recheado (manteiga, fiambre, queijo, compota), a frio ou a quente, dá-nos as primeiras energias para enfrentar o dia. Quantas vezes nos volta a fazer companhia numa sandes para uma refeição rápida em dia de trabalho ou de preguiça, ou é mesmo a refeição numa bela açorda ou numa deliciosas migas. Por mim gosto de pão e ponto final. Gosto de perdição. Nem preciso de o rechear, gosto dele mesmo assim: simples. De trigo, integral, de centeio (o meu preferido), de sementes, d`avó, regueifa, carcaça ou molete, não interessa. Gosto de pão. Em miúda adorava a crosta dura da broa de milho e o miolo do pão branco e de molhar o pão com manteiga no café de borra que se fazia para o lanche. Já mais crescida, e por motivos profissionais, desloquei-me para Montalegre durante uns meses. Lá encontrei o melhor pão de centeio que alguma vez comi. À sexta-feira, antes de regressar a casa, passava na padaria, comprava um pão e trazia-o no assento do passageiro. Que rica companhia. Quando o trânsito parava beliscava o pão com gulodice e não havia stress que me batesse à porta. Hoje termino sempre a refeição com uma bucha de pão e se há coisa que me dá prazer é fazer o pão em casa, retirá-lo do forno ou da MFP e parti-lo ainda quente. 
Por gostar tanto de pão, vou juntar-me à iniciativa que o blogue 1x Umrühren Bitte lançou  e comemorar o World Bread Day 2010 com uma bela fatia de um pão feito na minha MFP.  

Pão Básico na MFP
Ingredientes:
3/4 do copo (de medida da M) + 2 colheres de água morna 
1 e1/2 colher pequena de açúcar
1 colher pequena de sal
1 colher de azeite
3 copos de farinha de trigo
1 e1/2 colher de fermento

Preparação:
Deitar os ingredientes na cuba da MFP pela ordem indicada. Escolher o peso (500 gr.) e o nível de tostagem e iniciar o programa de pão básico. A MFP vai trabalhar por 2h50m até podermos apresentar este pão na mesa.


14 de outubro de 2010

Doce de Pêssego aromatizado com Gengibre e Tomilho


Desde que fiz o pudim de pêssego com tomilho e gengibre que aquela combinação de sabores me ficou na memória, pela doçura e frescura que dela resultou. Agora que o Outono está aqui a pedir sabores mais mornos e consistentes, resolvi recriar a mesma combinação numa compota que tão bem vai acompanhar uns scones acabados de fazer e uma chávena de chá a fumegar numa tarde chuvosa.  E porque o "Eu Mulher" está a promover mais um  Alquimia de Ingredientes em que o gengibre é um dos escolhidos, participo na ronda  com este doce.

Ingredientes (para um frasco pequeno):
400 gr. de pêssego descaroçado e descascado
200 gr. de açúcar
1 colher de café rasa de gengibre ralado
2 hastes de tomilho

Preparação:
Corte o pêssego em pedaços pequenos e coloque num recipiente próprio para o micro-ondas.
Junte o açúcar, o gengibre e o tomilho e envolva.
Leve ao micro-ondas, em potência máxima, por 5 minutos. Findo esse tempo, mexa, para envolver a fruta e o açúcar. Volte a programar 5 minutos na potência máxima.
Findo esse tempo verifique a consistência do doce. No meu micro-ondas foi o tempo necessário, ora vejam:

Caso não esteja no ponto desejado programe mais 3 minutos de cada vez até atingir o ponto, tendo cuidado para não ficar com consistência de marmelada. Triture com a varinha mágica (ou não) e guarde num frasco esterilizado.


13 de outubro de 2010

Delicias e talentos - Oferta

Aqui está mais uma leitura culinária bem interessante, oferta do blogue "Delicias e Talentos" no sorteio efectuado entre as participantes no passatempo "Delicia Geladas". Já lá tenho marcadas umas delicias para testar.


Frango à Maricas com Ervas


Neste post mencionei o frango assado a que a tomatada fez companhia. Pois bem, voltei a repetir o almoço num outro Domingo, daqueles preguiçoso, em queremos bom e fácil  para a mesa. Não tem que saber... é um frango à maricas, com umas pequenas alterações: além do imprescindível limão, dentro da barriga não vai um caldo de legumes, mas ervas inteiras e o mesmo recheio é colocado no saco que a pele forma sobre o peito do frango. A carne fica extremamente macia e suculenta, mesmo para quem não gosta da carne do peito por a achar seca. 


Ingredientes:
1 limão
2 dentes de alho
Tomilho q.b. - pelos menos 6 hastes
Salsa q.b.
2 folhas de louro
Sal q.b.

Preparação:
Corte uma fatia do limão e, por sua vez, corte-a a meio.
Prepare o frango, deixando ficar as peles necessárias para o fechar.
Se vier com miudos deixe-os dentro do frango, onde vai também colocar o limão inteiro (ou quase, porque já lhe cortou uma fatia), uma haste de salsa, um dente de alho esmagado, 4 hastes de tomilho e uma folha de louro.
Feche o frango com um palito.
Com cuidado levante a pele do frango formando uma bolsa de cada lado do peito e em cada uma coloque 1/2 fatia de limão, 1 haste de salsa, 1 haste de tomilho, 1/2 dente de alho esmagado e 1/2 folha de louro.


Tempere de sal apenas pelo exterior e leve a assar em forno forte - costumo pré-aquecer a 220º e dou uma tostadela com o grill logo no inicio da assadura.
Não precisa de azeite porque a pele do frango larga a gordura necessária.

12 de outubro de 2010

Sopa de feijão verde e estrelinhas


Isto de se gostar das artes culinárias, acaba muitas vezes a impor a quem partilha a nossa mesa sabores que não são muito apreciados. Para compensar fazemos, de vez em quando, algumas concessões. Por mim, não sou grande apreciadora de massas na sopa, com excepção da canja, mas há quem aprecie, e muito, sopa com batata e massa (ai tanto hidrato !!!!!!), por isso aqui vai uma mais levezinha, porque a original deveria ter além da massa, batata e cenoura aos cubinhos, assim como esta.

Ingredientes:
200 gr de courgete
200 gr abóbora
1 cebola
1 alho
1 batata bem pequena
80 gr de feijão verde
1 mão mal cheia de massinhas (neste caso Estrelinha)
1/2 cubo de caldo de legumes
Água q.b.
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:
Numa panela de pressão deite a courgete, a abóbora, a batata e a cebola cortados em pedaços, o alho esmagado e cubra com água.
No cesto da panela, coloque o feijão verde partido e a massa.
Tape a panela e leve ao lume, seguindo a utilização normal de uma panela de pressão.
Começando a ferver conte 10 minutos, desligue o lume, retire o vapor e abra a panela.
Reserve o feijão, que já deve estar cozido, e a massa, que já deve estar praticamente cozida.
Triture os legumes, acrescentando água se assim entender, rectifique de sal e volte a colocar a panela no lume. Junte ao creme o feijão verde e a massa e deixe levantar fervura, mas sem fechar a panela.
Regue com um fio de azeite e desligue.

Nota: Não utilizando a panela de pressão, cozo a massa e o feijão verde num tacho à parte para poupar tempo e uso a água desta cozedura para acrescentar à sopa se estiver demasiado grossa, ou coloco-os na bola de cozer arroz dentro da panela da sopa e cozem ao mesmo tempo que os legumes do parmentier. 

11 de outubro de 2010

Almoçar no Escritório - Peixe ao caril, com legumes e quinoa


Este é um caril improvisado, mas que dá um excelente resultado para uma refeição rápida. Um dos motivos  (entre vários) que me levou a deixar de almoçar fora foi precisamente o facto de ser raro conseguir comer peixe a não ser, muito de vez em quando, uns filetes ou uns carapaus com molho verde. Ou seja, além da raridade, nem muita variedade no peixe, nem muita variedade na confecção. Levando de casa (e tendo condições para almoçar no local de trabalho, como tenho) como mais vezes peixe, confeccionado das mais diversas maneiras e mais variedade de legumes e posso introduzir alimentos, como a quinoa, que não se encontram nos restaurantes e snacks. Se nada sobrar do jantar, há sempre 1001 maneiras de cozinhar pratos rápidos, saudáveis e saborosos. Este é um deles:

Ingredientes:
1 chávena de café de quinoa
1 lombo de pescada
1/4 de pimento
1 tomate pequeno
1/2 cebola
1 colher de chá de Sunkiss
1/2 copo de vinho branco
Água q.b.

Preparação.
Prepare a quinoa segundo instruções da embalagem e reserve.
Num recipiente refractário coloque a cebola partida em meias luas, o tomate e o pimento partido em cubos e pouse sobre esta cama de legumes o peixe.
Dissolva as especiarias em 1/2 copo de vinho e 1/2 copo de água.
Despeje sobre o peixe.
tape o recipiente com película aderente e leve ao microondas a 600w por cerca de 5 minutos.
Deixe repousar 2 minutos e verifique se os legumes e o peixe estão cozidos.
Misture a quinoa.

8 de outubro de 2010

Creme de Feijão com Tomilho



Mais uma receita revisitada do Curso de Cozinha e Pastelaria Nível 1. Este creme, onde o aroma do tomilho faz toda a diferença, é simplesmente delicioso e uma excelente opção para iniciar um jantar especial. Podem, inclusive, servi-lo em copos (de shot ou outros)  para um efeito surpreendente nos vossos convidados. Este poderão encontrar no Festival das Sopas, que a Manuela promove no seu "Delícias & Companhia".



Ingredientes:
100 gr de batata
100 gr de cebola
100 gr de feijão de debulhar (podem usar feijão branco de conserva)
1 dente de alho
3 a 4 ramos de tomilho
Azeite q.b.
Caldo de legumes q.b.

Preparação:
Pinte o fundo de uma panela pequena com azeite.
Junte a cebola e a batata partida às rodelas e o feijão.
Deixe refogar um pouco e cubra os legumes com caldo de legumes.
Junte os ramos de tomilho amarrados com fio de cozinha.
Assim que os ingredientes estiverem cozidos (se utilizar a panela de pressão são 10 minutos de cozedura), retire o tomilho e triture com a varinha mágica. Rectifique a água e temperos se necessário. Passe duas vezes pelo passador chinês. Deixe levantar fervura de novo e desligue.

7 de outubro de 2010

Dia Mundial do Pão


No próximo dia 16 comemora-se o Dia Mundial do Pão e fiquei a saber através da nossa querida Moira no seu "Tertúlia de Sabores" que, para o celebrar, o blogue 1x Umrühren Bitte lança a 5ª Edição do Dia Mundial do Pão e convida todos os blogueiros a participar nesta iniciativa podendo apresentar receitas de pão, publicar um texto que verse sobre esse alimento magnifico (adoroooo pão). Vejam como participar aqui, ou, ainda, aqui.

Os Melhores Blogues Portugueses de Culinária

 O "decozinhaemcozinha"  foi também escolhido para fazer parte d`"Os Melhores Blogues Portugueses de Culinária". Fiquei super feliz quando recebi o mail do Clube Lusitana, não só porque foi um reconhecimento de valor da partilha que é este blogue e porque vou estar em excelente companhia com os outros blogues seleccionados, todos eles marcantes na nossa blogosfera. Obrigada pela distinção!


6 de outubro de 2010

Mais ameixas, mais compotas - Doce de Ameixas com Vinho


Este doce é um repetente anual, desde que a aprendi no curso temático "Doces, Compotas e Conservas" na Escola de Gastronomia Segredos & Cozinha. Além de bem servir numa tosta ou fatia de pão, é uma excelente companhia para carnes de caça ou estufados mais suculentos e outonais. Habitualmente utilizo-a como condimento da costela mendinha estufada.

Ingredientes:
 500 gr. de ameixas vermelhas
250 gr. de açúcar
200 gr. de água
200 gr. de vinho tinto

Preparação:
Descaroçam-se e partem-se em pedaços as ameixas e guardam-se os caroços numa "boneca" de pano.
Misturam-se todos os ingredientes num tacho, pendura-se a "boneca" e leva-se ao lume até atingir o ponto.

4 de outubro de 2010

Groselhas em geleia



O Outono chegou. É definitivo. As manhãs estão mais frias e os dias mais curtos. Por muito que goste do Verão, do calor (moderado, de preferência), dos dias longos, é com especial prazer que recebo o Outono. Entre os últimos dias de Verão e o inicio da nova estação, dá-se uma transformação súbtil, e atmosfera fica diferente, intimista, quase saudosista. A luz tem um brilho morno e convida a espreguiçar e a preguiçar sob o sol que se despede num último fulgor. O pôr-de-sol adquire uma cor intensa que não tarda muito vai tingir as folhas das árvores e um tapete dourado vai cobrir os passeios. 
Na cozinha começamos a atarefar-nos de novo em volta do calor do fogão. Os últimos frutos de Verão começam a escassear nas bancas do mercado. Tiram-se das gavetas os tachos para as compotas e geleias, e guardamos em frascos, tal qual lamparina mágica, esses sabores e aromas que nos deliciam.   

Ingredientes (para um frasco pequeno):
100 gr de groselhas
50 gr de água
1/4 chávena de vinho do Porto
1/4 chávena de açucar gelificante

Preparação:
Leve a água e as groselhas a lume brando por cerca de 15 minutos. A água começará a reduzir e ficará com a cor da groselha.
Acrescente o vinho e deixe ferver novamente por 2 minutos.
Acrescente o açúcar, envolva e, levantando fervura,  conte 3 minutos e desligue.
Guarde num frasco esterilizado.

1 de outubro de 2010

Crepes com recheio de maçã caramelizada


De vez em quando gosto de fazer uma receita de crepes e depois congelá-los, dois a dois, separando cada par por uma folha de película aderente e guardando num saco de congelação. São sempre um bom recurso para uma sobremesa de emergência, recheados de gelado ou fruta, acompanhados ou não de uma cobertura doce ou simplesmente com compota.
A receita de crepes é esta e rende cerca de 16 unidades. 

Ingredientes (para 4 doses):
Para o recheio:
3 maçãs
1/4 chávena de açúcar mascavado
1 cálice de vinho do Porto
100 gr de creme fraiche
1 colher de sopa de maisena
Açúcar a gosto
1/4 de chávena de leite
1 ovo

Para o molho de chocolate:
Chocolate de culinária q.b. (usei cerca 2 filas de uma tablete)
1 colher de sopa de manteiga
1 colher de sopa de craime fraiche

Preparação:
O Recheio:
Fatie as maçãs finamente e leve a caramelizar, em lume médio/baixo, juntamente com o açúcar e o vinho do Porto. Reserve.
Entretanto, num tacho mais pequeno misture 100 gr. de creme fraiche, com o ovo já batido, a farinha maisena e o leite. Adoce a gosto.
Em lume brando, vá mexendo, até a mistura engrossar. Retire e envolva neste creme as maçãs caramelizadas.

O molho:
Parta o chocolate em pedaços e derreta no micro-ondas com pequenos golpes de calor, mexendo bem a cada 30/40 segundos. Quando o chocolate começar a derreter pela simples acção de mexer, não necessita de voltar ao micro-ondas. Junte-lhe a manteiga e continue a mexer energicamente até obter um chocolate brilhante e envolva o creme fraiche. Se quiser um toping com mais fluidez acrescente creme fraiche ou leite.

Os crepes:
Deite 2 a 3 colheres de sopa de recheio de maçã em cada crepe e enrole.
Sirva com o molho de chocolate e chantilly.

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