31 de maio de 2012

Mousse de morango



Uma nuvem cor-de-rosa pairou sobre a mesa. O aroma do morango sabia a Primavera e foi o finalizar perfeito de uma refeição.

(Fonte: Pratos e Travessas e reminiscências da minha adolescência)
Ingredientes:
200 gr de morangos limpos mais alguns com o pé para decorar
200 ml de natas
100 de queijo creme
1/2 vagem de baunilha
75 gr de açúcar
3 folhas de gelatina

Preparação:
Demolhe as folhas de gelatina em água fria por 5 minutos.
Entretanto misture e triture todos os ingredientes usando o liquidificador ou processador (na bimby: 30 seg/vel.6).
Derreta a gelatina com 3 colheres de sopa de água fria em lume brando, sem deixar ferver.
Junte à gelatina derretida parte do creme de morango, mexendo bem para que a gelatina arrefeça. Acrescente o restante preparado e mexa.
Distribua o creme por taças individuais e leve ao frigorífico até solidificar.
Sirva com morangos frescos.

29 de maio de 2012

Tabuleiro de bacalhau



O nosso fiel amigo numa roupagem despreocupada. Pode aproveitar sobras de bacalhau cozido ou assado ou fazer de raiz.

Ingredientes (para 2 pessoas):
2 postas de bacalhau médias ou 3 pequenas
Batata nova q.b.
1 ovo
1 cebola
2 dentes de alho
Azeite q.b.
Salsa q.b.

Preparação:
Coza o bacalhau em água fervente, coe, deixe arrefecer e desfaça-o em lascas, retirando as peles se o desejar e as espinhas. Reserve.
Lave bem as batatinhas e coza em água e sal só até ficarem tenras. Espete uma faca e se a batata escorregar estão cozidas.
Coza o ovo e reserve.
Numa frigideira aqueça o azeite e refogue a cebola e os alhos picados. Quando a cebola ficar transparente junte o bacalhau e as batatinhas partidas em metades.
Envolva, deixe ganhar alguma cor, acrescente mais azeite se necessário.
Transfira para um tabuleiro de forno e leve ao forno pré-aquecido a 200º até o bacalhau dourar. Se for preciso regue com mais azeite para que não seque.
Acrescente o ovo cortado às rodelas, polvilhe com salsa picada e sirva.

26 de maio de 2012

Projecto marmita - Semana XX/2012



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 maçã + 5 amêndoas
Sopa de feijão verde + frango cozido com cenoura e couve branca
1º – 1 pêra e 1 tosta
2º - 1 iogurte magro + 1 tosta
Terça-feira
1 pêra + 5 amêndoas
Sopa de feijão verde + Lulas cozidas com feijão verde e tomate cereja
1º - morangos e 1 tosta
2º - 1 iogurte magro + 1 tosta
Quarta-feira
Morangos + 5 amêndoas
Sopa de feijão verde + Bife de frango grelhado, beterraba cozida e legumes salteados
1º - 1 maçã + 1 tosta
2º - 1 iogurte magro + 1 tosta
Quinta-feira
1 pêra + 5 amêndoas
Creme de legumes + Medalhão de pescada com legumes salteados
1º - 2 kiwis + 1 tosta
2º - 1 iogurte magro + 1 tosta
Sexta-feira
Morangos + 5 amêndoas
Creme de legumes + salada com miolo de camarão
1º - 1 pêra + 1 tosta
2º - 1 iogurte magro + 1 tosta


Primeira semana de um novo regime alimentar. É a primeira vez que sigo uma “dieta” orientada por um nutricionista. Apesar de ter uma ideia muito concreta daquilo que podemos e devemos comer, começo a ter dúvidas se as quantidades ou combinações de alimentos que tenho por base na minha alimentação diária serão as mais adequadas. Questiono alguns quilos que se instalaram sem que aparentemente tenha feito algo de concreto para que isso acontecesse e a um ritmo preocupante (1 quilo num ano não parece relevante até se notar e começarmos a pensar que se isto continua daqui a 20 anos teremos…mais 20 quilos?????).
Regra fundamental: comer várias vezes ao dia. Ok, já sabia e já fazia 5 refeições diárias. Passei para 6 refeições: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, 2 lanches á tarde e jantar. O grande corte deu-se nos hidratos de carbono (meu rico pãozinho) que passam a estar presentes apenas no almoço, e de preferência na sopa, e num dos lanches da tarde ou dividido pelos dois lanches, sendo substituídos no lanche da manhã por frutos secos e no pequeno-almoço por 2 colheres de sobremesa de aveia. Peixe, carnes brancas, lulas, polvo, ovo cozido, queijo fresco e miolo de camarão para as refeições principais, com saladas e legumes cozidos ou salteados. Pouco sal, pouca gordura e nada de açúcares (vá lá: no café que não dispenso a meio da manhã vai sempre um bocadinho). Ah… e comer devagar.
No primeiro dia senti fome. Ajustei as quantidades no dia seguinte. Mais vegetais para me sentir saciada. Sopas mais consistentes. Senti que teria que passar a organizar as refeições. Afinal só eu estou de regime e é preciso adaptar as refeições aos dois, de forma a que esta aventura não se transforme numa dor de cabeça, senão é insucesso garantido.
Na segunda-feira: frango cozido com cenoura e couve, sobras da refeição de domingo. Sopa de feijão verde. Terça-feira: tentáculos de lulas cozidos com feijão verde, também cozido, e tomate cereja. Quarta-feira: bife de frango grelhado, beterraba cozida e uma mistura de legumes salteados (cenoura, alho francês, ervilha torta, funcho, curgete). Quinta-feira: um medalhão pescada (cozido no micro-ondas com limão, alho e cebola e um pouco de água) e legumes salteados (mistura de legumes ultracongelados). Sexta-feira: Salada de alface, rúcula, tomate, milho e miolo de camarão. Sempre a sopa antes do prato principal: sopa de feijão verde e creme de legumes.

Os iogurtes passaram a magros, as peças de fruta do lanche da manhã acompanhados de frutos secos (5 amêndoas ou 2 nozes) e as da tarde com 2 tostas sem sal.


24 de maio de 2012

Manga Papaia Laranja


Por entre os dias de menos calor, lá aparece um mais atrevido em que o sol nos mostra o esplendor dos dias azuis de uma Primavera a caminho do Verão. Nesses dias finge-se que é mesmo assim, que os dias vão ser sempre azuis e calorosos e para acreditar mesmo que vai ser sempre assim bebemos fruta da cor do sol.

Ingredientes (para cerca de 600ml):
2 laranjas pequenas
1 manga
1/2 papaia pequena
1 iogurte (utilizei 1 iogurte de baunilha com compota de manga)
Leite frio q.b.
Adoçante a gosto (açúcar, mel, xarope de agave, etc.)


Preparação:
Esprema o sumo das laranjas.
Descasque a manga e a papaia e corte em cubos.
No copo do liquidificador ou da bimby deite o sumo de laranja, o iogurte e as frutas em pedaços.
Acrescente 200 ml de leite frio e triture tudo (bimby: 30 seg./vel.9).
Verifique a consistência e acrescente mais leite, se desejar, misturando alguns segundos (bimby: velocidade 6).
Adoce a gosto e sirva bem fresco.

22 de maio de 2012

Mini quiches de salmão, ervilhas e hortelã



Para um pic-nic num dia de sol. Para partilhar entre gargalhadas. Para celebrar um aniversário, o primeiro do blogue da Manuela, o "Cravo e Canela".

(Fonte: Blue Cooking - coleccionavel nº 4)
Ingredientes:
1 receita desta massa
500 gr. de salmão sem pele (utilizei 1/2 posta grelhada)
3 ovos - (utilizei 1 ovo)
1/3 chávena de hortelã picada (utilizei apenas algumas folhas, as que pude colher da minha estufa)
2 colheres de sopa de mostarda de dijon (utilizei 1 colher de café)
1 chávena de leite (utilizei 1/2 chávena)
1 1/2 c de chá de sal grosso (usei o q.b.)
1 chávena de natas (utilizei 1/2 chávena de iogurte natural caseiro)
1/2 colher de chá de pimenta preta (não usei)
1 chávena de ervilhas descongeladas (utilizei 1/4 de chávena)
50 gr. de espinafres cozidos (não constam da receita original)




Preparação:
Estenda a massa e forre forminhas de empadas. Reserve.
Coza o salmão em água e sal. Deixe arrefecer e desfie com um garfo. Reserve.
Numa tigela bata o ovos com o leite, as natas, o sal e a pimenta.
Adicione o salmão, as ervilhas, a hortelã e os espinafres.
Encha as formas e leve a assar por 40 a 45 minutos em forno pré-aquecido a 200º.

19 de maio de 2012

Projecto Marmita - Semana XIX/2012



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 pêra + 1 fatia de pão
Sopa de nabiça + pudim flan
1 iogurte de baunilha e manga + 1/2 maçã + 1 fatia de pão
Terça-feira
½ maçã + 1 fatia de pão
Salada de alface, rúcula, milho, chuchu e rabanete + 2 mini quiches
1 pêra + 1 iogurte natural + 1 fatia de pão
Quarta-feira
2 magnórios + 1 fatia de pão
Creme de courgete e couve-flor + 1 fatia de bolo de iogurte + 1 kiwi
Morangos + 1 iogurte natural + 1 fatia de pão
Quinta-feira
2 magnórios + 1 fatia de pão
Bulgur com legumes salteados + 1 kiwi
1 pêra + 1 iogurte natural + 1 fatia de pão
Sexta-feira
2 magnórios + 1 fatia de pão
Frango estufado com massa + 1 kiwi
1 pêra + 1 iogurte natural + 1 fatia de pão


Do fim-de-semana só veio a sopa de nabiça e o pudim flan que serviram a marmita de segunda-feira e o pão, tão bom, numa reprodução do quickbread da Ana. Na terça recorri ao congelador de onde tirei 2 quiches de salmão que acompanhei com uma salada e na quarta-feira um creme de couve-flor, curgete e maçã com caril, uma receita surpreendente da última revista do Pingo Doce. Quinta-feira uns legumes salteados (curgete, alho francês, cenoura, tomate cereja e funcho) foram acompanhados de bulgur e ovo cozido. Sexta-feira: o jantar de ontem preparado pelo D.: frango estufado com massa.

Pão da semana: quickbread. Iogurtes de compra. Chá de Cavalinha.

18 de maio de 2012

Dorie ás Sextas - Pudim Flan



Acabou por ser com o "Dorie às Sextas" que estreei em absoluto um pudim na minha cozinha.
Desde pequena que tenho apenas 2 pudins na minha lista de receitas favoritas: o pudim de laranja da minha mãe e o pudim Flan de um restaurante que os meus pais costumavam frequentar e a que não vou há décadas. Por isso, quando vi a receita escolhida para este desafio decidi que não deixaria passar esta oportunidade.
O pudim flan da minha infância tinha furinhos. O da Dorie não. O meu saiu com alguns furinhos mas apenas no exterior, o que me deixou encantada.
Dorie prefere fazer este pudim numa forma grande em vez das tradicionais formas individuais e ressalva que se optarmos pela forma maior o pudim deve ser consumido no mesmo dia, mas que se utilizarmos formas individuais o pudim mantém todo o seu sabor durante 2 dias, desde que não seja desenformado entretanto. Optei, por isso, pelas formas individuais utilizando ramequins de louça.
Uma pequena distracção e o meu caramelo ficou um pouco mais escuro que o pretendido, o que se revelou uma mais valia já que o pudim é um pouco "gordo". Tive também alguma falta de destreza ao passar a faca entre o pudim e a forma, cortando um pouco do mesmo, daí na foto metade se apresentar com os furinhos e a outra metade não. Nada que a prática não resolva.
Nota final positiva para mais um desafio do Dorie às Sextas



(Fonte: "Baking", de Dorie Greenspan)
Serve 5 ramequins como os das fotos
Ingredientes:
1 e 1/2 chávena de leite gordo
1 e 1/4 chávena de natas
1/2 chávena de açúcar
3 ovos grandes (usei médios)
2 gemas grandes (usei 1 gema média)
1 colher de chá de extracto de baunilha (não usei)
Caramelo:
1/3 de chávena de açúcar
3 colheres de sopa de água misturada com sumo de limão (utilizei a água sem o sumo)

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º.
Forre um tabuleiro onde caiba a forma ou formas que vai utilizar para o pudim, com duas camadas de papel de cozinha.
Ferva água e reserve.
Se utilizar uma forma grande coloque-a no forno para aquecer enquanto prepara o caramelo, dispensando este passo se usar formas individuais.
O caramelo:
Deite o açúcar e a água num tachinho e leve ao lume médio/forte, sem mexer,  até obter um caramelo de cor âmbar. Retire o tacho do fogão assim que começar a fumegar.
Retire a forma do forno (se tiver optado por uma única forma)  e espalhe o caramelo, inclinando a forma para que fique uniforme. 
O Pudim:
Tradicional:
Ferva o leite e as natas.
Entretanto misture os ovos, as gemas e o açúcar e bata energicamente durante um minuto ou dois e, de seguida, misture o extracto de baunilha.
Sobre esta mistura deite cerca de um quarto da mistura de leite e natas quente, mexendo sempre. Acrescente lentamente a restante mistura quente.Com uma colher retire as bolhas e espuma que se formarem.
Bimby:
Deite todos os ingredientes no copo e misture 15 segundos/vel.5.

Coloque a forma ou ramequins na assadeira que forrou com o papel, verta o creme na forma ou ramequins e encha a assadeira com a água quente até metade dos lados da forma de pudim.
Asse por 35 minutos ou até dourar. O pudim estará pronto quando espetar a ponta de uma faça no centro e esta sair limpa.retirar do forno para uma grelha e passar uma faca pelas laterais da forma.
Deixe arrefecer à temperadtura ambiente e leve ao frigorifico por 4 horas.Antes de desenformar passar novamente a faca entre o pudim e a forma.


Considerações:
1 - Achei pouca a quantidade de caramelo indicada. O meu quase que queimou, mas ainda assim utilizei-o. O sabor ligeiramente mais amargo (ligeiramente apenas) compensou a doçura do pudim.
2 - Embora, por regra, procure substituir os ingredientes gordos pelos menos gordos, desta vez optei por seguir a receita quase à risca (omiti 1 gema) usando leite e natas gordos, mas penso que o pudim não teria perdido em nada com ingredientes com menos teor de gordura, até porque na ausência do caramelo este pudim ter-se-ia tornado enjoativo.
3 - Quanto ao tempo de cozedura os meus ultrapassaram largamente o tempo indicado na receita. Três situações podem ter ocorrido para este resultado: a) usei ramequins de louça e não os tradicionais de aluminio para o pudim flan, que são mais finos e aquecem mais rapidamente; b) optei pela preparação na bimby, a frio, em vez da indicada pela Dorie em que o preparado já entra nas formas morno; c) não aqueci a água que utilizei para o banho-maria. Esperemos para comparar com as experiências das outras "Dories".
4 - Não correu muito bem a parte de passar a faca nas bordas do pudim. Acabei por cortar um pouco do mesmo,

17 de maio de 2012

Pão alentejano - venturas e desventuras e um convidado especial

"....
Não. Não são textos da gaveta porque isso significaria a existência de uma gaveta que, normalmente, faz parte de uma secretária, e eu não tenho secretária. Nem tenho nem quero ter, pois escrevo em cima de uma grossa tábua herdada de um velho padeiro hamburguês.
Certa tarde de skat, um jogo de cartas muito do norte da Alemanha, o velho padeiro anunciou aos seus colegas de partida que a artrite o obrigava a lançar a toalha e a fechar a padaria.
- E o que vais fazer agora, meu velho manhoso? -perguntou-lhe um dos amáveis jogadores.
- Considerando que nenhum dos meus filhos quer continuar na profissão e que as minhas máquinas foram declaradas obsoletas, vou mandar tudo para o inferno e oferecer o que ainda transpirar carinho - respondeu o velho Jan Keller, e seguidamente convidou-nos para uma grande borga na padaria.
Lá recebi a grossa tábua sobre a qual amassou pão durante cinquenta anos, e sobre ela amasso as minhas histórias. Amo esta tábua que cheira a fermento, a sésamo, a gengibre, ao mais nobre dos ofícios. Com que então uma secretária... para que raio ia eu querer uma secretária?"
Luís Sepúlveda, in "Patagónia Express"


Chegou de sorriso aberto. O calor tão ansiado tinha vindo sem aviso e pediu um copo de água fresca. Acompanhei-o ao terraço, onde a mesa estava posta para umas petiscadas: o pão alentejano, acabado de cozer há um par de horas e já fatiado no cesto, pedia a companhia de rodelas de chouriço assado na brasa e de fatias de paio e de presunto. O requeijão fresco e as azeitonas também compunham a mesa. Mais para o fim da tarde sairiam da brasa umas fêveras temperadas em vinha de alho. Um branco fresco do Douro convidava a longas conversas. 

Luís Sepúlveda recordou os momentos de tensão do golpe militar levado a cabo por Augusto Pinochet e os anos de prisão. Falamos da emoção que sentiu no regresso ao Chile e contou divertidas peripécias dos países onde depois viveu, desde a América Latina à Europa. Recordou, comovido, a época vivida no Equador entre os índios Shuar, ao serviço da Unesco, e o seu muito querido amigo Chico Mendes, grande defensor da floresta amazónica e assassinado em 1988 por opositores dos seus ideais.
Apaixonado pela natureza e acérrimo defensor de causas ambientais, navegou com a Greenpeace. O seu rosto entristece-se quando comentamos o tão mal que tratamos o ambiente, como desperdiçamos os recursos que a Mãe Natureza pôs à nossa disposição. Como insensatamente os esgotamos. 
Conversamos acerca do mundo. Dos dias difíceis que se vivem por todo o lado, da necessidade de repensar o nosso modo de vida, de tentarmos regressar à simplicidade. Para nosso bem e das gerações vindouras. Para bem da humanidade. Será isso possível? Luís encolhe os ombros. Temos que tentar, diz, não baixar os braços. Se cada um de nós tiver um pequeno gesto por dia nesse sentido, no fim do dia teremos sido muitos.
- Eu tenho um pequeno luxo, sabias? - Entreolhei-me - "Os meus luxos são as palavras, é a minha voz, ao serviço dos que a não têm".
Despedimo-nos já o sol caía sobre o mar. Regressava, ainda hoje, à sua casa nas Astúrias. Quem sabe se levava alguma inspiração para continuar a novela que tinha como personagem principal um pirata português de nome Sebastião Alentejo.
Ah... e não, não trouxe a tábua de escrever com ele, para grande pena minha. E sim, um escritor que solta as palavras sobre uma tábua de amassar pão tinha que ser o convidado da 5ª edição do fantástico  "Convidei Para Jantar" a correr nesta minha humilde casa, depois de ter passado pela casa da Pami Sami

É com muito gosto que vos lanço o desafio de convidarem para jantar um escritor contemporâneo. Aquele que mais gostam de ler. O autor do livro que mais vos impressionou ou daquela frase que é a vossa citação para a vida. Um autor da actualidade. Romancista, poeta, dramaturgo. Soltem as letras, remexam o caldeirão, façam brotar as palavras e sirvam-nas em livros.
Ficam, então, aqui algumas indicações para quem quiser participar nesta edição:
- O tema é: "Escritores Contemporâneos"
- As participações devem ser publicadas até dia 16 de Junho no vosso blogue, deixando na caixa de comentários deste post o respectivo link.
- A publicação deve incluir um link para a página do desafio no blogue "Anasbageri - A Padaria da Ana" e para esta edição.

Pão Alentejano para horas de conversa
(Fonte: Zine de Pão)

Ingredientes:
Massa Velha:
70 gr. de farinha de trigo
30 gr. de água
50 gr. de isco de trigo (veja aqui)
25 gr. de sal

Massa Final:
370 gr. de farinha de trigo rijo ( em alternativa farinha de trigo normal, que foi a que usei)
270 gr. de farinha de trigo
390 gr. de água
13 gr. de sal
150 gr. de massa velha

Preparação:
Massa Velha:
Junte todos os ingredientes e amasse até formar uma bola. Coloque num recipiente com tampa e guarde no frigorífico durante 48h. No fim desse tempo a massa dobrou de volume e tem um cheiro avinagrado.*

Massa Final:
Misture as farinhas e a água até obter uma espécie de massa. Deixe repousar 20 a 30 minutos, junte a massa velha e o sal e amasse durante 15 a 20 minutos até conseguir uma massa lisa e brilhante. Pode usar a máquina para amassar. Neste caso amasse durante 5 a 7 minutos.**
Transfira a massa para uma taça oleada e deixei levedar por 4 horas á temperatura ambiente (deixe levedar 5 horas), esticando a massa ao fim das primeiras duas horas, conforme (mais ou menos, vá lá) a Ana mostra aqui.
Retire o pão para a bancada enfarinhada e retire 200 gr. de massa para usar no próximo pão***. À massa que vai cozer agora dê a forma de uma bola e coloque num tabuleiro enfarinhado. ****
Deixe levedar novamente, durante cerca de 45 minutos ou até dobrar de volume e asse em forno pré-aquecido a 250º durante os primeiros 5 minutos, reduzindo, então, a temperatura do forno para 200º. Um pão de 1kg leva cerca de 1 hora a assar um pão de 500 gr. entre 30 e 45 minutos.

Outras Considerações:
* Preparei a massa velha  na quinta-feira à noite pensando começar a preparar o pão no sábado à noite, mas acabei por o fazer apenas no domingo pelas 11h00.
**Tentei amassar com a batedeira e os ganchos, mas talvez a massa fosse demasiado pesada para a minha batedeira ou o facto de a taça ter rotação dificultou o processo: a massa envolvia um dos ganchos e acabava por subir sem voltar a descer, até que o gancho se soltava. Acabei por transferir para a bimby onde amassou 5 minutos em velocidade espiga.
*** Pode guardar a massa velha até 3 dias no frigorífico ou durante mais tempo no congelador. Optei por guardar a minha no congelador, mas quando a utilizei de novo quase não houve levedação. O pão ficou pesado, denso, no entanto, sempre saboroso.
****Usei um prato de barro que não enfarinhei. O pão colou e acabei por perder um pouco da côdea ao tentar retirá-lo do prato.

15 de maio de 2012

Entrecosto com Favas


Nunca resisto às primeiras favas do ano. A vagem verdinha e macia a anunciar um fruto tenro tem lugar certo na minha mesa. Para minha maior satisfação não é difícil encontrar à venda favas produzidas por pequenos lavradores. 1,00€ é quanto basta para trazer um saco cheio, mais uns minutos dedicados à tarefa de as descascar e que seriam uns minutos bem enfadonhos não fosse a antevisão do resultado final no prato. 



Ingredientes:
700 gr. de entrecosto partido em bocados
1 kg de favas (pesadas com a casca)
1/2 chouriço de cebola ou outro a gosto
2 tiras de bacon
1 cebola
Vinho branco q.b.
3 denets de alho
1/2 malagueta
1 folha de louro grande
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:
De véspera faça uma marinada para cobrir a carne: dentes de alho esmagados, folhas de louro, malagueta, sal e vinho branco. Tape e deixe repousar no frigorífico durante a noite.
Prepare as favas, descascando-as, tirando o "olho" e retirando a camisa se assim preferir. Eu só retirei a camisa às favas maiores. Reserve.
Faça um refogado com azeite, a cebola às rodelas, o chouriço e o bacon.
Quando a cebola começar a ficar transparente junte o entrecosto. Deixe "fritar" um pouco no azeite e tape o tacho para que a carne vá cozinhando no liquido que se forma pela condensação durante uns 10 minutos.
Acrescente metade da marinada e deixe cozer em lume médio. Vá vigiando para que o molho não seque acrescentando, sendo necessário, a restante marinada ou água.
Quando a carne estiver tenra está na altura de juntar as favas. Rectifique os temperos e a quantidade de molho. Este prato quer-se ensopado.
Quando as favas estiverem cozidas sirva com acompanhamento a gosto. Eu servi com arroz branco e fatias de pão rústico.

12 de maio de 2012

Projecto Marmita - Semana XVIII/2012



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 maçã + 1 fatia de pão
Creme de couve-flor e cominhos + 1 pêra
1 iogurte de baunilha e manga + 1 magnório + 1 fatia de pão
Terça-feira
1 pêra + Cream crakers
Salada de alface, rúcula, tomate e frango
1 maçã + Cream crakers
Quarta-feira
1 maçã + 1 fatia de pão
Sopa de cozido
1 iogurte de baunilha e manga + 1 banana + 1 fatia de pão
Quinta-feira
1 magnório + 1 fatia de pão
Creme de couve-flor e cominhos + 1 fatia de pão + 1 maçã
1 iogurte de baunilha + ½ maçã
Sexta-feira
½ maçã + 1 fatia de pão
Vitela estufada + ½ maçã
1 iogurte de baunilha e manga + 1 banana + 1 fatia de pão


No fim-de-semana não houve espaço para grandes preparativos da marmita. Além de aproveitar o frango assado, limitei-me a fazer uns iogurtes de baunilha com compota de manga e baunilha e uma couve-flor assada  temperada com azeite, alho em pó, cominhos e sal aromatizado que acompanhou o almoço e acabou por se transformar num creme intenso.
Segunda-feira: creme de couve-flor com cominhos.
Terça-feira: Salada de frango, alface, rúcula e tomate (aproveitamento do frango assado de domingo).
Quarta-feira: Sopa de cozido (congelador) e cream crakers para aliviar a vesícula que acordou mal-humorada.
Quinta-feira: creme de couve-flor, o mesmo de segunda, mas de que havia congelado uma dose.
Sexta-feira: o jantar de ontem preparado pelo D.: vitela estufada com batata e cenoura.

Pão da semana: 2 fatias de pão de café e nozes e pão de compra. Iogurtes caseiros de baunilha com compota de manga e baunilha. Chá de Cavalinha e outros.

11 de maio de 2012

Um chá fresco para inconstâncias metereológicas

Nestes dias tenho tido o hábito de diariamente consultar o site da meteorologia e verificar as previsões de 10 dias e a cada dia que passa parece haver novidades: Ontem previam-se temperaturas elevadas durante o fim-de-semana e mais amenas nos restantes dias, com chuva na quarta-feira. Hoje vejo temperaturas quentes no fim-de-semana (24º e 25º) e quentíssimas na terça e quarta (28º e 29º), chuva quinta e sexta e uma queda de 12º para temperaturas de inicio de primavera. Que se passa S. Pedrito? Andará a troika nos céus?
Enquanto não se define o estado do tempo e aproveitamos os dias de calor, com ou sem sol, aqui fica uma sugestão bem fresca:



Ingredientes:
1 litro de àgua
1 colher de sopa de chá verde Gorreana (ou outro da vosso preferência)
1 laranja
Folhas de hortelã
Açúcar ou adoçante a gosto

Preparação:
Aqueça a água com uma casca de laranja (só a parte laranja) sem deixar entrar em ebulição: quando começarem a surgir bolhinhas no fundo do recipiente desligue o fogão e acrescente as folhas de chá.
Deixe em infusão até arrefecer e quando estiver frio coe para um jarro e eleve ao frigorífico por umas horas (ou só até estar fresco, se, como eu, não gostar de bebidas geladas).
Sirva com folhas de hortelã e uma rodela de laranja.

10 de maio de 2012

Convidei para jantar: Pedro Almodóvar

Vermelho. Côr. Paixão. Alucinações. Sentimentos. Simplicidade. Mulheres. Amor. Comida. Música. De tudo isto e muito mais se fazem os filmes de Pedro Almodóvar. É impossível ficar indiferente aos seus enredos quase loucos, mas também tão humanos, até porque afinal de louco todos temos um pouco não é?

Foi com o "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" que Pedro Almodóvar me rendeu. Com a trama bem urdida que ligava os vários personagens numa série de coincidências enquanto a pobre Marisa dormia por conta de um gaspacho "temperado" de soníferos que Pepa havia preparado para Ivan, o amante que a tinha abandonado. Marquei este filme com gargalhadas e ainda hoje o tenho como uma das minhas comédias preferidas (a par com "O Monstro" de Roberto Begnini e "L`emmerdeur", de Édouard Molinaro).
A partir daí foi inevitável acompanhar os filmes dele. Descobrir, em cada um, as cores dos sentimentos mais profundos. Sim, porque Pedro Almodóvar transforma os sentimentos em cores. Cores vivas e despertas. E também em sabores e aromas, como esse gaspacho de Pepa, cheio do orgulho de uma mulher desprezada ou o "pisto manchego" que Raimunda prepara em "Volver", transformando a sua "mão culinária" numa fonte de sobrevivência.




Quis preparar um gaspacho para recordar aquela primeira incursão no cinema de Almodóvar, mas pareceu-me demasiado trivial. Queria surpreendê-lo da mesma forma que nos consegue surpreender com as suas estórias, além de que, a bem da verdade, sopas de tomate não são o nosso forte e frias muito menos. Não sei o que me parecia servir ao nosso convidado um prato em que não o acompanharíamos. Acabei por descobrir esta alternativa doce, simples e ... vermelha, digna de uma tela de cinema. Pedro surpreendeu-se  com a escolha, provou e ... adorou. Seguiram-se momentos bem dispostos, até hilariantes. Falamos de comida, claro, e do quanto Almodóvar aprecia os sabores cozinhados por sua mãe e a cozinha tradicional espanhola, tal como nós apreciamos a cozinha tradicional portuguesa. Ficou a promessa de um novo encontro, num dia de Verão e de um churrasco feito pelo D. e assim passou mais um belo jantar do desafio "Convidei para Jantar", desta vez com tema proposto pela Pami Sami, no seu Receitas do Menu Verde.


(Fonte: "Entre Coentros e Poejos" da autoria do chefe António Nobre)

Ingredientes: (serve 3)
1 fatia grande de melancia
Canela em pó a gosto
Folhas de hortelã
1 fatia de pão rústico do dia anterior
1 colher de sopa de azeite


Preparação:
Comece por cortar o pão em cubos. Aqueça o azeite numa frigideira anti aderente e frite os cubos de pão. Reserve.
Descasque e retire as sementes á melancia e triture no liquidificador ou bimby (alguns segundos velocidade 7).
Junte a canela e misture.
Coe se necessário e distribua por taças ou copos.
Polvilhe com a hortelã cortada em tirinhas e sirva com os croutons.

7 de maio de 2012

Pão de café e nozes



Mais um pão que tem feito delicias na minha marmita. Café e noz são sabores que combinam na perfeição e trazendo a este pão os aromas ideais para um lanche nas tardes chuvosas deste Maio. É bom simples, só assim, ou barrado com manteiga. A não perder.

(Fonte: "200 Receitas de Pão")

Ingredientes:
150 ml de café frio ou 2 colheres de sopa de café expresso dissolvidas em 150 ml de água
1 ovo grande batido
50 gr. de manteiga sem sal, derretida
1/4 colher de chá de sal
350 gr de farinha T65 Espiga
50 gr de açúcar mascavado claro
1 1/4 colher de chá de fermento
75 gr de nozes



Preparação:
Comece por preparar o café e deixe arrefecer.
Toste as nozes numa frigideira e reserve.
Na cuba da MFP coloque o café, o ovo, a manteiga, o sal, a farinha, o açúcar e o fermento.
Programe "massa" e quando ouvir o sinal sonoro acrescente as nozes.
No final do programa retire a massa da cuba, dê-lhe uma forma ovalada e coloque-a numa forma rectangular.
Deixe levedar até dobrar de volume (deixo dentro do forno ligado a 50º para apressar a levedação).
Aqueça o forno a 180º e coza o pão (não retirei a forma do forno enquanto aquecia para os 180º, pelo que levou cerca de 25 minutos a cozer).
Para saber se está cozido, bata no fundo do pão com os nós dos dedos, se o som for oco está cozido.
Retire da forma e deixe arrefecer sobre uma grade antes de cortar.
Sirva barrado com manteiga.

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