Hoje uma sugestão de passeio e de bem comer a quem for para os lados de Baião: "A Tasquinha do Fumo".
Engana-se quem pensa que vai encontrar (pelo menos para já) um restaurante no verdadeiro sentido da palavra. Não, o que vão encontrar é, em plena serra da Aboboreira, uma casa de portas abertas a quem vier com bom apetite, o que não é difícil de ter com os ares sadios da serra. Chegamos lá de improviso por recomendação de quem já conhece a Tasquinha, mas não é má ideia ligar antes, uma vez que é frequente a casa encher com pequenos grupos.
A casa, situada numa povoação pequena, tem no rés-do-chão uma tasca de balcão corrido onde os anteriores proprietários serviam petiscos a caminheiros e caçadores e aos devotos de S. Brás que lhe dão graças nas festas que correm na primeira semana de Fevereiro. Falecidos os donos da "tasca" o Sr. Artur e a D. Isabel tomaram-lhe as rédeas e abriram a sala de jantar da casa, no andar de cima, a todos que quisessem mais que uns petiscos. Mesas e bancos corridos com toalhas ao xadrez, fazem as honras, numa sala de soalho velho e paredes caiadas, decorada ainda com móveis deixados pelos seus donos. A cozinha, à qual se acede apenas pelo exterior, guarda um forno a lenha de onde saem pratos suculentos, depois de a lenha arder por duas horas para que o forno atinja a temperatura necessária para cumprir a sua função. Desta cozinha e dos dias frios enevoados pelo fumo da lareira, mas a que todos acorriam pelo aconchego do calor, nasceu o nome da tasquinha: "Tasquinha do Fumo".
Quando chegamos, sem aviso prévio, a casa estava vazia, mas aguardava um grupo, o que não foi problema algum, porque sempre se arranjava qualquer coisa. Demos um passeio pela aldeia - Almofrela - para esticar as pernas e respirar o ar do campo. Ao longe os sinos do gado faziam-se ouvir e nisto lá vem um rebanho de cabras, certinhas pelo caminho, a mando da sua pastora. Malandrecas, iam petiscando umas couves pelos campos à beira do caminho, sem pena de derrubarem a rede que os cercava.
A fome já apertava e o Sr. Artur e a D. Isabel, simpatiquíssimos e atentos anfitriões, já tinham na mesa, à nossa espera, pão como se quer e saborosíssimas fatias de presunto, a que se juntaram umas pataniscas de bacalhau quentinhas e cebola rachada (cebola aberta em quatro quase até ao fundo, temperada de sal e vinagre de vinho tinto). Uma vez que tínhamos chegado sem avisar, o Sr. Artur ía improvisar uma vitela com batata a murro, mas como o grupo chegou mais pequeno que o previsto, acabamos por comer uma galinha do campo assada, macia e suculenta, com arroz de forno. Um tinto da casa fez as honras à refeição e para uma sobremesa uma pêra bêbada como deve ser. Se por lá quiserem passar mas reservar antes fiquem a saber que são também famosos por aquelas bandas o arroz de cabidela e o anho no forno. Por mim, lá voltarei...
P.S. Para lá chegar procurem pelo Centro Hípico de Baião e sigam essa estrada serrania. Vão passar por uma pequena povoação deserta e a seguinte é Almofrela. A Tasquinha fica logo à entrada, na primeira casa e tem estacionamento. De qualquer forma, podem procurar no Google por Almofrela, Baião.
5 comentários:
Nestes sitios comemos sempre muito bem, e ainda os há por aí o que é fantásctico.
Beijinho
Que pena agora termos de pagar portagens. Não fosse isso e já estava a ligar o carro para lá ir pôr os pés debaixo da mesa.
Mas fica em carteira para um mês destes.
Obrigado pela partilha.
ZR
Un lieu qui vaut certainement le déplacement.
Bonne semaine et à bientôt.
como se vai para la???
A partir do Porto: apanha a A4, sai na saída para o Marco de Canavezes e segue as indicações para Baião. A chegar a Baião, na via rápida, toma a saída para o Centro Hipico, segue a estrada do Centro Hipico que a dada altura se torna numa estrada de terra batida, vai passar por uma aldeia abandonada e a seguir encontra Almofrela, A Tasquinha é a primeira casa do lado esquerdo.
Espero que tenha uma boa experiência gastronómica. Convém reservar, embora duvide que se chegar de surpresa não os sirvam.
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