30 de maio de 2011

I will not make any more boring art

A arte e o conceito de arte podem ser tópicos de discussão interessantissimos  e intermináveis. Embora não tenha qualquer inclinação artistica, sempre fui uma curiosa no que que às artes diz respeito. De todas as artes: pintura, escultura, literatura, música, cinema, fotografia... desde as suas expressões mais clássicas às mais modernas, sendo este modernismo que sempre me chama mais a atenção. E aqui o tópico de discussão poderia dar pano para mangas. É arte? Não é arte? Não sei. Talvez seja apenas uma provocação. Uma provocação lançada por Marcel Duchamps  no inicio do século XX, com o seu urinol invertido poeticamente nomeado de "Fontaine" e que veio a marcar definitivamente a arte contemporânea. O facto é que, sinceramente, espero que esta discussão jamais tenha uma conclusão, porque enquanto ela existir podemos continuar a visitar locais como o Museu de Arte Contemporânea na Fundação de Serralves e sentirmos, durante o percurso pelas suas salas e jardins, as mais vastas emoções:  encantamento, fascínio, ternura, indiferença, frustração. Rimos, sorrimos, viramos as costas, admiramos, interagimos. E no fim...valeu a pena!
Perdi há alguns anos o hábito de fazer uma visita mensal a Serralves e deixar-me perder entre quadros, esculturas, fotografias, filmes. Este fim-de-semana lá dei um saltinho ao "Serralves em Festa" e matei saudades deste espaço único, um dos meus preferidos na cidade do Porto. Aproveitei para calcorrear os jardins e visitar as exposições que decorriam no Museu de Arte Contemporânea. Claro que muito do que é exposto não conseguimos absorver dada a quantidade e diversidade de obras, mas há sempre alguma referência que nos fica na memória e José Barrias encantou-me com as obras que compunham a exposição "in itinere". Encantou-me pela constante presença da palavra que é um elemento que acarinho especialmente e que me deixa sempre fascinada quando é  integrada nas artes visuais e por isso também não pude deixar de sorrir perante as paredes repletas da frase manuscrita "I will not make any more boring art", obra de John Baldessari: em Serralves não há arte aborrecida, mesmo que não encaixe no nosso conceito de arte.







 E depois da redescoberta do Museu parti para o parque e jardins encantados da Fundação, percorrendo a feira de artesanato e espreitando em todos os cantos em que decorriam actividades. Parei no Bosque para ver o "Cabaret on Strings", mas o S. Pedro não estava pelos ajustes e a chuva que começou a cair acabou por determinar o fim do espectáculo. Fica-se, pelo menos, a certeza de havendo Festa em Serralves 2012 aqui voltarei.

4 comentários:

Monica Pinto disse...

Olá Carla,
e lá andámos nós por Serralves!
No Domingo o tempo esteve mais agradável. Nada de chuva e ainda bem!
Gostei muito da tua reportagem e o belíssimo bolo lá em cima, está a pedir uma visitinha. Até já.

Beijinhos

De cozinha em cozinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
De cozinha em cozinha disse...

Mónica,
Espero que para o ano o tempo esteja mais solarengo. Foi a primeira vez que fui ao Serralves em Festa e decididamente é para voltar.
Beijinhos

Anónimo disse...

Ola Carla,
Para mim, a "questão" está mesmo em questionar o que é Arte, e vê-la como uma expressão de genialidade que não está confinada à artes "clássicas" por definição. Um médico, um cientista, um professor ou um mecânico fazem "arte" todos os dias, quando têm a tal "centelha" de génio. Arte é o que brilha no escuro! ;)
Beijinhos
Sofia

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