14 de março de 2013

Palavras que são imagens ou imagens que são palavras



 As palavras lêem-se e vêem-se, gritam-se, cantam-se. Brincamos com elas. Compomos anagramas. Cruzámo-las. 
Num dos meus livros de leitura, não sei se ainda da escola primária ou de outra fase mais avançada na escola, aparecia um texto que era também um desenho.
As letras sempre me fascinaram, aprender a ler foi uma aventura maravilhosa que nunca pus de lado e aquele texto, que era um desenho de palavras, ficou gravado na minha memória. Com o tempo perdi-lhe as palavras e até a forma, mas a imagem de um texto diferente gravada no papel nunca desapareceu. Era um poema que era um desenho ou um desenho que era um poema.
Anos mais tarde soube que era "poesia experimental". Um movimento de vanguarda no seu tempo, mas que acabou por cair no esquecimento e se não fosse a exposição "O Experimentalismo em Português entre 1964 e 1980", patente ao público em 1999 no Museu da Fundação de Serralves, não teria tido o privilégio de trazer de volta essa memória e de aprender mais um pouco "destas coisas" das letras e das palavras.

O meu convidado é um poema de Salette Tavares: "Aranha":



E depois de tal emaranhado que tal uma fatia de FOGAÇA?

Ingredientes:
100 ml de água
20 gr. de fermento de padeiro (usei um pacotinho de fermento seco de 6 gr.)
1/2 colher de chá de sal
450 gr. + 100 gr. de farinha de trigo T65
2 ovos
200 gr. de açúcar (só usei 110 gr.)
raspa de 1 limão
20 ml de vinho do Porto (usei Moscatel)
70 gr. de manteiga derretida
1 gema de ovo para pincelar



Preparação:
Coloque no copo da Bimby a água, o fermento e o sal e programe 37º/2 min./vel2.
Junte as 100 gr de farinha e misture 15seg./vel 6 e deixe levedar durante cerca de 20 minutos.
Acrescente os restantes 450 gr de farinha, os ovos, o açúcar, a raspa de limão e o vinho do porto e amasse 3min. / vel. espiga.
Adicione a manteiga e amasse mais 2 min. / vel. espiga.
Se a massa não ficar com um aspecto homogéneo volte a amassar por 2 minutos. Se necessário acrescente 1 colher de sopa de água.
Retire a massa da bimby, forme uma bola, polvilhe-a com farinha e deixe a levedar num local morno até dobrar de volume (costumo deixar dentro do micro ondas ou, se quero apressar a levedação, dentro do forno ligado a 50º).
Com a massa faça um rolo, ligeiramente achatado, e comece a enrolar em forma de caracol, fazendo uma pirâmide. Rematei a ponta final no centro da massa.
Forre um tabuleiro com papel vegetal untado com manteiga e polvilhado farinha e deixe levedar novamente em local morno cerca de uma hora (mais uma vez uso o forno ligado a 50º).
Pré-aqueça o forno a 180º (se usou o forno para a levedação, retire a fogaça até a fornalha atingir a temperatura certa, mas mantenha em local longe de correntes de ar).
No topo da fogaça faça um corte em cruz (nasce, assim, as 4 torres do castelo) e pincele com a gema de ovo diluída numa colher de sopa de água fria.Leve ao forno a cozer durante cerca de 45 minutos.
Ao fim de 15 minutos e com a ajuda de uma faca para não se queimar, abra um pouco mais os cortes que fez, afastando-os, para que as "torres" fiquem mais pronunciadas. Se necessário cubra com papel de alumínio para que não queime.
Retire do forno e pincele com manteiga ou geleia (Ah...não se esqueça dela, senão sai assim mais escurinha, como a minha, mas nem por isso menos saborosa)

Com esta fogaça participo na 10ª edição do "Convidei Para Jantar", promovido pela Ana, do blogue Anasbageri e desta vez recebido pela Cristina do blogue "Come Chocolates, pequena," na sua belíssima confeitaria, que escolheu para convidado um poema a quem deveria ser servido um prato doce.


Acerca da poesia experimental vejam também aqui e aqui e se quiserem ler um pouco têm a "Antologia da Poesia Experimental Portuguesa".


6 comentários:

Ana Rita Marreiros disse...

Não conhecia a autora nem o poema, mas é bem engraçado!!!
Essa fogaça era uma óptima maneira de acompanhar um poema tão ritmado como este!
Bjoka
Rita

Joana (Palavras que enchem a barriga) disse...

Que fogaça tão deliciosa :D Gostei muito da receita, vou guardar :D

Beijinhos e tem um bom resto de dia! :D

CNS disse...

Um poema de uma autora da minha terra :) Bem hajas pela escolha, Carla.

bjs

Mena Lopes disse...

Pois uma autora para mim desconhecida, assim como todo o projecto que está por detras!!
E que bela fogaça para a receber!! Adoro estes bolos, pães, nunca sei bem como chamar-lhes... Fogaça!! Ja estou a ver uma bela de uma fatia num pratinho aqui em casa!!
Beijinhos,
Mena.

http://asaventurasdeumamama.blogspot.com

Doces em Casa disse...

Consigo ver a tua fogaça dentro do teu poema e vice-versa. Será que de repente estou a sofrer uma ilusão de óptica?
Parabéns por esta participação!

Tertúlia da Susy disse...

Adoro folares e o teu está bem apetitoso, kiss

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