25 de janeiro de 2016

Bolo de tangerina e mirtilos


Frutos
Pêssegos, peras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor,
pelo aroma da sílabas:
tangerina, tangerina
Eugénio de Andrade

Encheu-se a casa de tangerinas. Doces e tão aromáticas. Uma dessas prendas de vizinhos generosos, que nos sabem tão receber. E como tudo o que nos faz feliz deve ser partilhado, oferece-vos uma fatia deste bolo com sabor a tardes de aconchego. A receita fui encontrá-la num doce blogue, o "Coco e Baunilha", a que acrescentei uma mão cheia de mirtilos, também eles uma oferta generosa e que congelei para poder saborear o Verão nos dias mais frios de Inverno.

(Fonte: Coco e Baunilha)
Ingredientes:
3 tangerinas de casca fina
Sumo de 2 tangerinas
1/4 chávena de mirtilos (opcional)
180 gr. de açúcar amarelo (usei açúcar branco)
50 gr. de azeite (usei óleo de girassol)
1 iogurte natural
4 ovos (só usei 3, por serem grandes)
300 gr. de farinha
2 col. chá de fermento em pó
Essência de baunilha a gosto
Para a base da forma:
3 a 4 tangerinas finamente laminadas
3 col. sopa de açúcar amarelo



Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º.
Comece por untar uma forma com cerca de 22 cm de diâmetro e forrar o fundo com papel vegetal.
Polvilhe o fundo com o açúcar (as 3 colheres de sopa para a base) e distribua as rodelas de tangerina laminadas pelo fundo.
Bimby:
No copo coloque as tangerinas cortadas em pedaços (com a casca e sem caroços), juntamente com o sumo de tangerina e triture 15 seg./vel. 9.
Junte o açúcar, o óleo, o iogurte e os ovos e programe 3 min./37º/vel. 4.
Adicione a farinha, o fermento e essência de baunilha e envolva 15 seg./vel. 3.
Acrescente os mirtilos, envolvendo cuidadosamente coma espátula.
Deite a massa na forma por cima das rodelas de tangerina, com cuidado, para não as deslocar.
Leve ao forno por cerca de 40 minutos, até o bolo estar cozido.
Deixe arrefecer um pouco antes de desenformar.

Tradicional:
Raspe a casca das tangerinas e reserve.
Bata a polpa e o sumo das tangerinas no liquidificar e verta para uma taça grande.
Acrescente o açúcar e os ovos e bata, com a batedeira, durante 5 minutos.
Adicione as rapas reservadas, o óleo e o iogurte e bata novamente, até obter uma mistura homogénea.
Junte os mirtilos, a farinha, o fermento e essência de baunilha e envolva bem.
Deite a massa na forma por cima das rodelas de tangerina, com cuidado, para não as deslocar.
Leve ao forno por cerca de 40 minutos, até o bolo estar cozido.


Deixe arrefecer um pouco antes de desenformar.

19 de janeiro de 2016

Papas de trigo sarraceno



Mais uma vez o começar do dia: desta vez o ingrediente escolhido é o trigo sarraceno, que, na verdade, não é trigo.
O trigo sarraceno, ao contrário do que o nome indica, não é um cereal, mas uma semente de um fruto da familia do ruibarbo. Não contém gluten, é rico em fibra e magnésio e é uma boa fonte de energia, o que faz dele um aliado no tempo frio. Embora este ingrediente não seja novidade para mim, não tem tido, até à data, uma presença assídua na minha despensa, a não ser em forma da farinha que dá um sabor único e delicioso ao pão, já os grãos têm um sabor peculiar, cheio de personalidade, mas que nem sempre se aprecia à primeira garfada. Claro, que sendo prático de preparar acaba por ser uma boa opção para as marmitas. Voltando atrás: digo que o trigo sarraceno não tem sido presença assídua na minha despensa até à data por uma razão muito simples: é que depois de experimentar as papas de trigo sarraceno vou passar a ter sempre um pacote no armário.

Podem optar por simplesmente cozer o trigo e servi-lo assim, fica igualmente bom e com mais consistência, mas nada parecido com as papas de aveia. Se quiserem uma consistência mais cremosa podem, depois de o tostar, triturar num robot de cozinha, moinho de café ou na "1,2,3" de forma a partirem parte dos grãos, passando a ter metade em grãos inteiros, ou quase, e outra metade em grãos moidos. Mais simples ainda: demolhem os grãos durante a noite, passem por água abundante e triturem acrescentando mel ou outro adoçante liquido, especiarias a gosto e água ou chá ou leite até obterem uma papa cremosa e está pronto a servir. Como não dispenso um pequeno-almoço quente, fiz ao contrário: cozinhei e só depois triturei. Podem fazer uma dose suficiente para 2 a 3 dias e guardar no frigorífico. Depois é só acrescentar um pouco mais de liquido enquanto aquecem e servir com as companhias preferidas. Eu adoro acrescentar fruta cozida e canela.



Ingredientes:
1 chávena de trigo sarraceno
2 chávenas de água ou chá ou leite (animal ou vegetal) + q.b. para triturar
1 casca de limão
1 pau de canela

Sugestões para servir:
1/2 chávena de frutos vermelhos assados com canela e mel
Banana, canela, mel e granola
Maçã, canela e passas
Pêra, gengibre e noz moscada
Sementes e frutos secos
Granola
Iogurte natural


Preparação:
De preferência demolhe o trigo sarraceno durante a noite em água abundante ou, pelo menos durante 1 hora.*
Coe toda a água e passe por água corrente, lavando-o muito bem.
Coloque os grãos num tacho e toste ligeiramente.
Acrescente o liquido, a casca de limão e o pau de canela.
Deixe levantar fervura, mexa e reduza o lume para o mínimo e deixe cozinhar, até os grãos absorverem todo o liquido.
Retire a casca de limão e o pau de canela, deixe arrefecer um pouco e verta para o liquidificador ou robot de cozinha e triture, acrescentando mais um pouco de liquido se necessário, até obter a consistência de uma papa.

*Demolhar os grãos ativa as enzimas neles existentes, o que é benéfico para nossa digestão.

12 de janeiro de 2016

12 marmitas que fizeram as delicias dos meus almoços em 2015

Impunha-se que, tendo deixado de fazer o resumo semanal das marmitas, vos trouxesse uma seleção das marmitas que me acompanharam em 2015. São 12, uma por cada mês, e cada uma delas fez apetecer que chegasse depressa a minha hora de almoço. Costumo dizer que sou uma privilegiada porque trabalho, e sempre trabalhei, na minha área de formação, mas, como em todas as áreas de trabalho, há dias difíceis e nesses dias poder sentar-me frente a uma refeição inspiradora e deliciar-me com cada garfada, sem o barulho e a confusão de um restaurante, é um verdadeiro reforçar de energias.



1ª fila:
- Nugets de peixe e quinoa com sésamo, acompanhados de salada de cenoura e curgete raladas, maçã, aipo, alface e rúcula com molho de iogurte (iogurte natural, azeite, sal, gengibre ralado, sumo de lima e aneto Espiga).
-  Salada morna de pota, cebola, curgete, milho, tomate e trigo sarraceno.
-  Trigo sarraceno com legumes assados e ovo escalfado.

2ª fila:
-  Salada de atum, alho francês, grão e abacate com coentros e sumo de limão. 
-  Pataniscas de grão com salada de alface, rúcula e tomate cereja com vinagrete de cebola roxa.
-  Salteado de cogumelos, lentilhas e vegetais verdes e para sobremesa frasco de gelatina de laranja e gengibre com iogurte grego de lima  elimão, goji e chia.  

3ª fila:
- Rolinhos de curgete com camarão e salada de cenoura, alho francês e tomate cherry amarelo.
- Ratatouille.
- Salada de lentilhas, maçã, beterraba, alho francês, tomate e ovo cozido, com vinagrete de sésamo e mel.

4ª fila:
- Falsa lentilhada com pimentos, tomate e ovo.
- Macarrão com molho cremoso de abóbora.
Estufado de batata doce, beringela, couve de brócolos e grão.

8 de janeiro de 2016

De verde se faz o meu prato


Nestes dias em que as saladas frias não apetecem muito, recorro mais vezes aos vegetais cozidos e salteados para compor as minhas refeições ou até para fazer deles o meu prato principal. Não fora a curgete, que tem a sua época no Verão, esta taça estaria cheia de ingredientes da época: o brócolo (de que aproveitei para esta receita apenas as folhas, porque no brócolo tudo se aproveita, sabiam?), a cebola e as nozes. Uma delicia que acompanhei com puré de batata doce, mas quem preferir pode acrescentar-lhe arroz integral, um ovo cozido ou escalfado ou carne branca grelhada.

Se gostam de dar preferência às frutas e legumes de cada época, vejam aqui o calendário anual.


Ingredientes:
1/2 cebola pequena
1 molho de couves de brócolo
1/2 curgete grande,
1 chávena de lentilhas verdes cozidas
3 a 4 nozes
1 colher de chá de sementes de sésamo
1 colher de sopa de azeite
1 dente de alho
Sal q.b.

Preparação:
Corte a cebola em meias luas, as couves em tiras e a curgete em fatias muito finas.
Esmague o dente de alho e deite-o numa frigideira juntamente com um fio de azeite. Aqueça o azeite até começar a sentir a fragrância do alho. Retire o alho e grelhe as fatias de curgete até amolecerem. Reserve.
Acrescente mais azeite se necessário (cozinhe com a menor quantidade de gordura possível) e junte a cebola, deixando refogar até amolecer.
Junte, então, as couves e salteie por 4 a 5 minutos em lume médio e, finalmente, as lentilhas. Envolva, deixe cozinhar mais um minuto e sirva polvilhado com as nozes e as sementes de sésamo.





6 de janeiro de 2016

Do começar

Não, não vou falar do começar de um Novo Ano que, definitivamente, não estou em maré de balanços, mas antes do começar do dia e, já estão mesmo a ver, da primeira e mais importante refeição: o pequeno-almoço. É nesta refeição que me tenho concentrado nos últimos tempos e experimentado novos ingredientes e novas formas de os apresentar, como é o caso do millet e do trigo sarraceno, de que vos falarei mais tarde.

A minha relação com o pequeno-almoço nem sempre foi uma relação feliz. Foi muitas vezes uma relação insípida e desinteressada, especialmente durante a minha infância e juventude em que fui menina muito esquisita no comer. Por isso o meu pequeno-almoço preferido durante parte da minha meninice foi (espantem-se!) pão com manteiga e um copo de água! Detestava café com leite, de tal modo que hoje nem uma meia de leite consigo tomar. Leite simples nem vê-lo, mas com chocolate já era outra história e numa fase mais tardia da minha vida a primeira refeição diária era o pão torrado com manteiga e uma caneca de leite com chocolate. Queijo e fiambre nem vê-los. Fruta, até há uns anos atrás era reservada aos lanches. Felizmente, hoje tudo mudou e o meu pequeno-almoço é um festim. A fruta está sempre presente e os hidratos aparecem na forma de aveia ou outros cereais. Embora não beba leite de vaca, não prescindi completamente dos iogurtes, mas vou usando algumas bebidas vegetais que preparo no fim-de-semana e há sempre um toque especial dado pelas especiarias.

Então para este inicio de ano ficam algumas sugestões de pequenos-almoços simples e cheios de sabor para arrebatar o dia logo pela manhã:





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